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Nascido e criado no Morro do Cavalão, entre Icaraí e São Francisco, na adolescência, procurando emprego, encontrou a ANDEF (Associação dos Deficientes Físicos) e conheceu o esporte paralímpico, começando pelo futebol e passando por várias modalidades como natação, atletismo. Acabou sendo recordista do Brasil e das Américas, de 2012 a 2016, no salto a distância. Ganhou a medalha de ouro no Canadá em 2015, medalha de bronze nos jogos de Santiago em 2023 e prata na Inglaterra no mesmo ano.
No Pan Americano no Brasil voltou a ganhar uma medalha de ouro. A persistência e a superação de Pedro Neves foi tão fantástica que apesar de uma paralisia obstétrica no braço direito, mesmo assim, tornou-se um atleta paralímpico de TAEKEWONDO. E não se deteve como rota de fuga para compensar a rotina diária e árdua de quem sempre foi morador em comunidade. Desde 2019 pratica o TAEKEWONDO, usando os pés para ganhar o mundo.
Quando todas as dificuldades e circunstâncias apontam para o fim de um sonho, é aí que entra em cena a superação. A história de vários atletas paralímpicos poderia ser de tantas outras pessoas que pensaram em desistir pelo Brasil afora, mas aconteceu em Niterói por duas vezes. Uma ocorreu em uma das principais comunidades de Niterói, o Morro do Cavalão, em Icaraí, na zona sul.
Outra, com um famoso velejador que mora próximo ao Cavalão, Lars Grael, que depois de ser um campeoníssimo em Olimpíadas com seu irmão Torben, foi vítima de um acidente com uma lancha e acabou perdendo a perna direita em 1998, quando participava de uma regata em Vitória, no Espírito Santo. Depois do acidente, o apoio de outras pessoas que sofreram traumas parecidos foi fundamental para o "recomeço". Dirigiu vários órgãos públicos, inclusive, foi Secretário Nacional de Esportes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi também Secretário Estadual da Juventude, Esporte e Lazer na gestão de Geraldo Alckmin em São Paulo.
Lars Grael, após o acidente e mesmo amputado, voltou a competir em alto nível na classe Star, até se aposentar das competições internacionais em 2019. Já Pedro Neves, hoje aos 43 anos, dirige um projeto social no Barreto, zona norte de Niterói, onde atende cerca de 70 pessoas a partir de 6 anos para inserção na prática de esportes. Tem também um projeto futuro de reunir em um livro as suas memórias e trajetórias, relatando seus feitos e as viagens pelo mundo. Pedro passou a ter maior visibilidade dentro de sua comunidade e virou referência para as crianças.
DO ALTO DO MORRO PARA O ALTO DO PÓDIO