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Parque da Água Escondida: As nascentes reveladas pelo reflorestamento
Foi atingida a marca de 100 mil mudas plantadas, fortalecendo o solo e revelando nascentes de água potável antes encobertas
Parque da Água Escondida: As nascentes reveladas pelo reflorestamento
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 06 de junho de 2025FacebookTwitterInstagram
Crédito: Cláudio Fernandes
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Um dos locais mais simbólicos e maiores tesouros ambientais de Niterói é o Parque Natural Municipal da Água Escondida. Localizado entre as comunidades da Boa Vista, Serrão, Pé Pequeno e os bairros do Cubango, Fonseca e Fátima, o parque abrange uma área de 62 hectares que vem se transformando, dia após dia, em um verdadeiro laboratório vivo de recuperação ambiental e revitalização de nascentes. Com mais de 100 mil mudas plantadas, o reflorestamento tem revelado essas "águas escondidas", que agora começam a renascer, devolvendo vida à região e à sua história.
 

 



O parque abriga um manancial que já abasteceu a cidade e onde ainda existem ruínas dos primeiros aquedutos, construídos há cerca de 200 anos por pessoas escravizadas. Esses aquedutos foram o primeiro sistema de abastecimento da cidade. 

O padre João Cláudio Nascimento, historiador e pároco da Igreja Nossa Senhora de Fátima, estuda o local há mais de duas décadas. Para ele, o nome “Niterói” nunca fez tanto sentido. 

“As "águas escondidas" que batizaram a cidade permanecem ali, agora visíveis e vivas. Nascem entre raízes recém-plantadas, correm pelos antigos aquedutos e alimentam a mata.”, afirmou 

 

 



 O Parque da Água Escondida é mais do que um espaço natural. É também um sítio arqueológico e histórico. As trilhas que cortam a mata conduzem às ruínas da Chácara do Vintém, de 1837, e à Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Muitos moradores acreditam que há inscrições em pedras e marcações que indicam a existência de um “tesouro escondido”, alimentando o imaginário popular. 

João Paulo Garraga Cardoso, de 27 anos, é morador do bairro de Fátima e atua na Associação de Moradores local. Desde pequeno, ele conhece as nascentes da “Água Escondida” e relembra com saudade os tempos em que bebia daquelas águas puras.

 

 



"Desde criança eu sabia que aquela água estava ali. A gente bebia dela. Mas, com o tempo algumas nascentes secaram", conta. A preocupação com o desaparecimento das fontes motivou João Paulo e outros moradores a se organizarem pela preservação. Hoje, ele é um dos principais articuladores locais na defesa do parque e da memória da comunidade.

 

Fotos de Claudio Fernandes 

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