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Niterói recebe festival sobre o mercado de trabalho nesta semana
Festival ODS acontece nesta sexta-feira (19), na Sala Nelson Pereira dos Santos
Niterói recebe festival sobre o mercado de trabalho nesta semana
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 15 de julho de 2024FacebookTwitterInstagram
Fonte: Freepik

A cidade de Niterói vai ser palco de um grande debate sobre o futuro do trabalho, a inclusão social e o desenvolvimento de iniciativas públicas e privadas para promover aumento de produtividade e oportunidades de inserção profissional para jovens e pessoas 50+. O Festival ODS traz isso para pauta nesta sexta-feira (19), das 9h às 18h, na Sala Nelson Pereira dos Santos.

No evento, serão abordados aspectos como o crescimento da inteligência artificial e os desafios da transição justa, que visa a economia de baixo carbono. O festival é uma iniciativa da Agenda Pública, realizada em parceria com a Prefeitura de Niterói e patrocínio da Fundação Volkswagen.

O Festival ODS tem como principal meta apontar caminhos estratégicos para os principais desafios encontrados no atual mercado de trabalho, trazendo um formato diferenciado de evento a partir de laboratórios para construção de soluções práticas, envolvendo empresas, governos, ONGs e sociedade civil.

A programação é norteada por quatro eixos temáticos: transformações digitais e automação do trabalho; empreendedorismo e trabalho informal; desafios geracionais (juventudes e 50+), e educação inclusiva. Entre os participantes do evento estão: Sergio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), André Godoy, diretor executivo da Associação Brasileira de Desenvolvimento, Pedro Fernando Nery, economista e autor do livro “Extremos do Mundo”, Marcos Lima, gestor de investimentos do BNDES e Fernanda Castanheira, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale.

A primeira vertente acende o alerta para os impactos da automação de processos e sua utilização em larga escala, que já tem levado a uma queda significativa no número de vagas disponíveis no mercado. Este cenário foi abordado pelo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), publicado em janeiro de 2024, indicando que a inteligência artificial deverá afetar 40% de todos os empregos do mundo. No Brasil, cerca de 41% dos empregos correm algum tipo de risco por conta da IA, segundo a mesma pesquisa. Diante desses dados, a ideia é propor debates e estratégias para mitigar os efeitos negativos da transformação digital na oferta de empregos.

A segunda vertente, por sua vez, trata sobre os impactos que o uso disseminado das tecnologias já causa no mercado de trabalho, como o aumento do trabalho informal, sem regulação determinada, como no caso dos motoristas de aplicativo. Em 2022, o emprego informal já era adotado por mais de 1,5 milhão de pessoas, segundo o Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (Ipea). O projeto de lei PL 12/2024 apresentado pelo Governo Federal em março deste ano propõe a criação de direitos trabalhistas para motoristas de aplicativos, mas ainda não foi votado pelo Congresso Nacional.

Já a terceira e a quarta vertente abrem o debate sobre a questão geracional e as novas habilidades que serão exigidas dos profissionais, tanto aqueles mais antigos no mercado de trabalho quanto os jovens em busca de suas primeiras oportunidades. Segundo o levantamento do Fórum Econômico Mundial (FMI), cerca de 23% dos empregos irão mudar até 2027, com 69 milhões de novas vagas criadas e 83 milhões eliminadas. A pesquisa também apontou que seis em cada dez trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027, mas apenas metade dos funcionários tem acesso a oportunidades para qualificação profissional. O relatório também estima que, em média, 44% das habilidades de um trabalhador individual precisarão ser atualizadas.

Por outro lado, a atual conjuntura socioambiental e os problemas sociais advindos das mudanças climáticas criam novas demandas no meio profissional. É o caso dos postos de trabalho focados em sustentabilidade, que exigem mão de obra qualificada e têm o potencial de gerar mais de 1 milhão de novos empregos. Ainda segundo o relatório, estima-se que cerca de 10% de novos cargos sejam criados no setor da educação, o que resultaria em 3 milhões de empregos adicionais para professores de educação vocacional e professores de universidades e ensino superior.


 

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