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O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF) retomou, no dia 7 de abril, a realização de exames de mamografia, após quase um ano e meio com o serviço suspenso. A retomada foi viabilizada com a instalação de um novo mamógrafo, adquirido com investimento de cerca de R$ 2 milhões.
A mamografia é o principal exame para rastreamento precoce do câncer de mama, doença que registra crescimento contínuo no Brasil e no mundo. Estimativas apontam que, entre 2023 e 2025, mais de 74 mil novos casos devem ser diagnosticados anualmente no país, com cerca de 18 mil mortes por ano.
Segundo a chefe do Serviço de Mastologia do Huap, Julia Dias, o novo mamógrafo instalado no hospital será essencial para agilizar o tratamento das pacientes com câncer de mama.
“Existem alterações que aparecem apenas na mamografia. Para conseguirmos retirar corretamente a área comprometida, precisamos fazer uma marcação pré-cirúrgica com fio, guiada pela imagem, e confirmar que a área foi retirada. Isso só é possível com o mamógrafo em funcionamento”, afirma.
O novo equipamento incorpora a tecnologia de tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D, que permite a visualização da mama em camadas finas, criando uma imagem tridimensional de alta definição. A tomossíntese melhora significativamente a precisão diagnóstica, sendo capaz de detectar até 30% mais casos de câncer em comparação com a mamografia convencional.
A suspensão do serviço, iniciada em outubro de 2023, após a quebra do equipamento antigo, impactou diretamente o fluxo de atendimento do hospital e gerou preocupação entre os usuários, especialmente aqueles que já estavam em tratamento. Antes da paralisação, cerca de 200 mamografias eram realizadas por mês no Huap. Com o novo equipamento, a expectativa é não apenas retomar os atendimentos, mas também ampliá-los.
O processo de aquisição e instalação do novo mamógrafo levou cerca de dez meses, desde o planejamento até a conclusão do treinamento das equipes. A modernização do serviço foi possível por conta de um investimento de quase R$ 2 milhões de reais, proveniente de recurso pactuado pelo Acordo Organizativo de Compromisso (AOC), com a Ebserh, empresa que administra o Hospital.