O Governo Federal avalia flexibilizar as restrições de voos no aeroporto Santos Dumont, no Rio, a partir de 2025. Atualmente, o terminal opera com um limite anual de 6,5 milhões de passageiros, medida adotada para beneficiar o aeroporto internacional do Galeão, localizado na Ilha do Governador.

A possível mudança será debatida em janeiro, quando a regra completará um ano.

De acordo com técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos, é viável aumentar o limite de passageiros no Santos Dumont sem comprometer a qualidade dos serviços. Porém, outros fatores também serão considerados, como o impacto econômico no Galeão e na cidade do Rio de Janeiro.

O Galeão, privatizado em 2014, enfrenta dificuldades para atingir a demanda projetada, o que levou governos estadual e municipal a pressionarem por medidas que limitassem o crescimento do Santos Dumont. Em agosto de 2023, foi revogada a norma que restringia voos no Santos Dumont a um raio de 400 km e excluía conexões internacionais. Em substituição, adotou-se a restrição pelo número de passageiros.

Antes das limitações, o Santos Dumont já chegou a operar com mais de 10 milhões de passageiros anuais. A proposta atual sugere um ajuste para entre 7 e 8 milhões, desde que não prejudique os serviços do terminal nem o equilíbrio econômico do Galeão.

Entidades como a Firjan e a ACRJ defendem a manutenção das atuais regras, destacando melhorias na segurança, conforto e viabilidade do Galeão como hub internacional. Já autoridades locais, como o prefeito Eduardo Paes, são contrárias a qualquer flexibilização. Paes criticou o possível ajuste, afirmando que “o lobby dessa gente é inacreditável” e descartando a mudança.

A decisão será crucial para definir o futuro da aviação no Rio de Janeiro e os papéis dos dois principais aeroportos da cidade.