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A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro lançou, na última segunda-feira (19), a campanha “Vape é Jogo Sujo”, para esclarecer sobre os riscos à saúde dos usuários desse dispositivo, que tem comercialização proibida no país.
Até o fim deste mês, pontos de descarte dos dispositivos estarão na estação de trem da SuperVia, na Central do Brasil; e no MetrôRio, nas estações Botafogo e Cinelândia/Centro, na cidade do Rio.
Assim como o cigarro convencional, o eletrônico é motivo de preocupação de especialistas da saúde no mundo.
É visto por especialistas em saúde pública como inimigo que pode ser ainda mais nocivo.
O objetivo da campanha é promover o debate sobre o tema e esclarecer dúvidas sobre os malefícios causados pelos dispositivos.
Os vapes descartados durante a ação serão utilizados na confecção de uma escultura a ser utilizada em eventos de educação em saúde.
Pegando carona no início dos Jogos Paraolímpicos, dia 28 de agosto, a campanha também irá abordar os malefícios do uso do vape na prática esportiva, por meio de vídeos, exibidos semanalmente no Instagram da SES-RJ, no endereço @saudegovrj.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca que o uso do aparelho aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarros convencionais.
Segundo os pesquisadores, isso acontece porque os dispositivos eletrônicos que contêm nicotina podem levar à dependência dessa substância, o que leva os usuários a buscarem os produtos convencionais de tabaco.
O estudo ainda traz informações sobre os malefícios dos cigarros eletrônicos à saúde, como a exposição da população a nanopartículas de metal presentes no próprio objeto e o contato direto do usuário com o processo de aquecimento ou vaporização.
Alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.
A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Educação (MEC), revelou que, em 2019, 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico; sendo 13,6% com idade entre 13 a 15 anos e 22,7% na faixa etária de 16 e 17 anos.
A experimentação é maior entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).
Segundo dados da Pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde, de 2006 a 2023, 2,9% dos homens com mais de 18 anos nas 27 capitais do país usam cigarros eletrônicos.
Entre as mulheres adultas, a proporção cai para 1,4%. No entanto, quando se examina o hábito de jovens de 18 a 24 anos de ambos os sexos, a proporção dos que fumam esses cigarros sobe para 6,1%.