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Governador discute combate ao tráfico de armas em reunião na ONU
Acordo inclui encontros bilaterais para discutir o tema, conferência e criação de protocolos
Governador discute combate ao tráfico de armas em reunião na ONU
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 12 de maio de 2025FacebookTwitterInstagram
Reunião no escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento - Foto Governo do Rio

Em uma importante reunião na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nesta segunda-feira (12), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, apresentou propostas para fortalecer a cooperação internacional no combate ao tráfico de armas.

O encontro contou com a participação de representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA) e resultou em um acordo que prevê encontros bilaterais, uma conferência no fórum do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e a criação de protocolos específicos para abordar o tema.

Durante sua fala, Castro destacou um dado alarmante: cerca de 90% dos fuzis apreendidos pelas forças de segurança fluminenses em 2024 têm origem nos Estados Unidos, entrando no Brasil pelas fronteiras com Paraguai, Colômbia e Chile.

“O Rio de Janeiro não produz armamentos. Portanto, precisamos urgentemente de apoio para dialogar com as fábricas e impedir a venda de peças e munições para países sem controle sobre a comercialização”, afirmou o governador. Ele enfatizou que ao combater esse tipo de crime no estado, o Brasil como um todo se beneficia.

Para intensificar as ações contra a entrada de armas e drogas, o Governo do Estado implementou o projeto Guardião de Divisas, que consiste em portais eletrônicos equipados com câmeras inteligentes e scanners nas divisas do estado.

Nos primeiros três meses deste ano, as forças de segurança já apreenderam 1.490 armas de fogo, incluindo 230 fuzis. Desde 2021, um total impressionante de 2.364 fuzis foi retirado das mãos dos criminosos.

 

Reunião no escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento - Foto Governo do Rio

 

Castro também abordou a necessidade urgente de reformas na legislação penal. Ele defendeu que sanções mais rigorosas sejam estabelecidas para evitar que as sentenças judiciais favoreçam a criminalidade, especialmente em casos de reincidência.

Atualmente, as decisões judiciais são baseadas em legislações antigas, como o Código Penal de 1940 e o Código de Processo Penal de 1941.

No decorrer da reunião, os secretários estaduais de Segurança Pública e Polícia Civil, Victor dos Santos e Felipe Curi, respectivamente, entregaram um dossiê à autoridade americana Ricardo Pita e membros do Consulado Americano.

O documento contém informações reservadas que visam garantir a classificação das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV) como terroristas.

Essa interlocução com o governo dos Estados Unidos pode representar um avanço significativo no combate ao crime organizado, especialmente em questões relacionadas à lavagem de dinheiro e tráfico internacional de armas e drogas.

O dossiê revela ainda conexões entre as facções criminosas CV e PCC com organizações internacionais como o Hezbollah e a máfia italiana.

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