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Firjan: aumento dos juros não deve ser o único caminho
Após aumento da taxa selic, a federação destaca que o atual cenário é desafiador para a indústria
Firjan: aumento dos juros não deve ser o único caminho
Foto do autor Pedro Menezes Pedro Menezes
Por: Pedro Menezes Data da Publicação: 20 de março de 2025FacebookTwitterInstagram
BC sinalizou um possível ajuste mais moderado na próxima reunião. Foto: Reprodução

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros de 13,25% para 14,25% gerou reação da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Em nota, a entidade afirmou que o aumento dos juros não deve ser visto como o único caminho para conter a inflação no país. A federação destaca que o atual cenário já é desafiador para a indústria, cuja produção está 16% abaixo de seu pico histórico.

Segundo o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, a continuidade do ciclo de alta penaliza um país que ainda carece de condições básicas para atingir seu potencial econômico.

A federação argumenta que a combinação de responsabilidade fiscal com investimentos em inovação, tecnologia, infraestrutura e qualificação do capital humano pode recuperar a confiança do setor industrial, que permanece pessimista pelo terceiro mês consecutivo.

A Firjan alerta que agendas voltadas apenas ao curto prazo, influenciadas pelo calendário eleitoral, resultam em mais inflação, juros altos e desemprego. Por isso, defende a união dos poderes para a implementação de medidas estruturantes e de longo prazo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a alta da Selic já estava prevista desde o final de 2024. Segundo ele, Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central, apenas seguiu o plano indicado pela gestão anterior de Roberto Campos Neto, que já previa dois aumentos de um ponto percentual. Haddad disse que só comentará a decisão após a divulgação da ata do Copom, mas adiantou que o BC sinalizou um possível ajuste mais moderado na próxima reunião.

Além da Firjan, diversas entidades criticaram a elevação da Selic. Uma delas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou a decisão prejudicial, destacando que o BC ignorou a queda do dólar e do petróleo, fatores que contribuem para reduzir a inflação. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) pediu mais cautela para não comprometer investimentos e emprego. Já a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) entendeu a medida como necessária diante do aumento da inflação e das incertezas fiscais.

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