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O Museu da Imigração da Ilha das Flores, em São Gonçalo, celebra os 200 anos da imigração alemã no Brasil com uma exposição até o dia 19 de dezembro. A mostra é organizada pelo Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores, grupo de pesquisa vinculado ao Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Formação de Professores (FFP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e tem como objetivo destacar a presença e a construção histórica da comunidade alemã ao longo dos dois séculos no estado do Rio de Janeiro.
Com entrada gratuita, a exposição é composta por cinco módulos com vasto material documental, textual e iconográfico para narrar a chegada e a integração dos imigrantes alemães em diversas localidades fluminenses. Além de oferecer um rico panorama sobre a imigração, a mostra também faz uma reflexão sobre os desafios e vicissitudes desses grupos na reconstrução de suas vidas e identidades, em território fluminense.
“Os deslocamentos migratórios internacionais são um tema importante na atualidade do Brasil e do mundo. As experiências do passado, muitas vezes, iluminam a reflexão sobre os dias presentes”, afirma Luís Reznik, professor do Departamento de Ciências Humanas da Uerj e um dos organizadores do evento. O historiador ressalta ainda a importância de iniciativas desse tipo: “É fundamental sensibilizar a sociedade brasileira a ter um olhar mais tolerante em relação à diversidade dos povos”.
Um pedaço da história
Em 2023, em reportagem especial, A TRIBUNA visitou a Ilha das Flores. O local atrai moradores que gostam de ir pra lá jogar futebol, nadar e até alugar as dependências para festas de aniversário.
Porém, o local é recheado de memórias perambulam vividamente a quem caminha por ali. Até o início do século XX existia uma regulamentação que permitia os imigrantes ficarem no máximo 10 dias, e então, encaminhados para os seus locais de destino.
Para A TRIBUNA, Rui Aniceto Fernandes, professor do Departamento de Ciências Humanas da UERJ, conta que a hospedaria fazia parte das ideias e ações das políticas públicas dos governos imperial e republicano de atração de imigrantes para o país.
Ela atraía principalmente o imigrante que vinha com subsídios governamentais para trabalhar na agricultura, do século XIX e até a década de 1930.
Ao longo do século XIX, os imigrantes vinham principalmente de Portugal, Itália, Alemanha, Áustria, Espanha. No entreguerras, pessoas do leste europeu começam a vir. No pós-segunda guerra mundial, a legislação muda e torna obrigatória a uma passagem de todos imigrantes pela Ilha das Flores. A hospedaria funcionou de 1883 a 1966.
Desde o ano de 2010, a Uerj e a Marinha do Brasil mantêm um convênio de cooperação, por meio do Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores, visando preservar a memória da imigração no Brasil, particularmente da Hospedaria de Imigrantes da Ilha das Flores, que funcionou entre 1883 e 1966, sendo a primeira hospedaria de imigrantes criada pelo governo imperial brasileiro.
SERVIÇO:
Exposição “Imigração Alemã no Rio de Janeiro”
Data: 9 a 19/12
De terça a domingo, das 9h às 17h.
Local: Museu da Imigração da Ilha das Flores
Endereço: Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores, na Avenida Paiva, s/n – Neves, São Gonçalo/RJ.
Entrada gratuita.