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Nesta quinta-feira é celebrado o Dia Nacional de Atenção à Dislexia. De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, o transtorno atinge entre 0,5% e 17% da população mundial.
A Tribuna conversou com a fonoaudióloga Stella Amaral, que explicou que a dislexia é um Transtorno Específico de Aprendizagem, uma dificuldade específica na leitura. A pessoa com dislexia possui dificuldade em correlacionar a letra com o som que representa. Com isso, a leitura fica lentificada. Essa leitura mais lenta acarreta prejuízos na compreensão daquilo que se lê. Os principais acometimentos cognitivos são os prejuízos na consciência fonológica, memória de trabalho fonológica e acesso lexical.
Uma condição de nascença, a dislexia não tem cura, mas tem tratamento. Stella detalhou como são os procedimentos.
“O tratamento ocorre principalmente com a terapia fonoaudiológica. Ele consiste em terapia baseada na remediação fonológica. Conforme a criança vai crescendo, vai desenvolvendo as habilidades e vai criando estratégias que vão auxiliá-la na leitura. A estratégia mais eficaz é aumentar o tempo de leitura. Quanto mais se lê, mais essa leitura fica mais rápida e fluida. Consequentemente, melhora a escrita”.
Apesar de estar ligado à leitura, o transtorno não tem relação com a visão. A profissional explicou que ele é um transtorno específico de aprendizagem, podendo ter prejuízos no processamento fonológico e visual. Isso não quer dizer que um óculos vai corrigir esse problema.
Stella também alertou sobre quais sintomas devem ser notados pelos responsáveis, para a busca de ajuda profissional.
“Os sinais podem ser observados até mesmo antes da alfabetização. Por exemplo, na educação infantil, quando a criança tem dificuldade em aprender as músicas e as letras com rima. Já na alfabetização, a atenção deve ser dada, caso a criança tenha mais dificuldade que os demais na hora de escrever o nome, de conhecer as letras, comece a ler muito devagar. Caso isso seja observado, a recomendação é o encaminhamento ao fonoaudiólogo”, finalizou.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia e o Centro Especializado em Distúrbios de Aprendizagem, 84% dos casos de dislexia são hereditários. Além disso, 60% dos casos são do sexo masculino e 40% são do sexo feminino.