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Começou nesta quarta-feira (16) o evento “Prosas Pedagógicas”, preparatório para a 10ª Festa Literária Internacional de Maricá (Flim), que acontece em setembro. Cinco encontros mensais com escritores serão realizados para prosear com a rede municipal de ensino. O primeiro convidado foi Daniel Munduruku, professor e escritor que abordou a cultura indígena na formação das crianças e o combate ao preconceito.
O evento, realizado ao lado do Fórum da cidade, em Araçatiba, reuniu profissionais da rede municipal de ensino, estudantes-bolsistas do Passaporte Universitário e que cursam Pedagogia na Universidade de Vassouras.
No espaço lotado, Daniel apresentou o modo indígena de olhar o mundo e afirmou que é necessário acabar com o preconceito que envolve a cultura originária.
“A ideia é envolver os professores e mostrar a visão dos povos indígenas para que isso vire conteúdo nas disciplinas e em sala de aula. Assim poderemos arrancar o preconceito, o racismo e implantar o respeito ao que é diferente. O objetivo nesse encontro é trazer esse pensamento indígena para que os professores possam entender que não se trata de inferioridades, mas sim de um modo de vida”, destacou o escritor.
Mediadora da primeira Prosa Pedagógica, Martinha Mendonça da etnia Guajajara ressaltou que a participação do autor é fundamental para mostrar que a cultura indígena não são histórias inventadas.
“A farmácia foi aprendida com os povos originários, com as ervas da floresta. Temos, no Brasil, 305 povos. O Daniel é da etnia Munduruku, eu sou da Guajajara e em Maricá temos duas aldeias Guarani Mbya. Então é importante evidenciar essa diversidade dos povos indígenas e contribuir na formação cultural dos professores para que nossas crianças entendam a nossa diversidade e, ao mesmo tempo, reforcem o combate ao racismo”, afirmou a educadora da rede municipal de ensino.