Imagem Principal
Imagem
Cuba e China ofereceram apoio a Brizola para garantir posse de Jango
Trump libera documentos sobre assassinato de John F. Kennedy que citam o Brasil
Cuba e China ofereceram apoio a Brizola para garantir posse de Jango
Foto do autor Anderson Carvalho Anderson Carvalho
Por: Anderson Carvalho Data da Publicação: 19 de março de 2025FacebookTwitterInstagram
Divulgação PDT - RS

Os governos de Cuba e China ofereceram apoio ao então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, em agosto de 1961, que liderava um movimento para garantir a posse do vice-presidente João Goulart como presidente, logo após a renúncia de Jânio Quadros. A informação consta nos documentos do governo americano que até agora estavam secretos e foram liberados pelo presidente Donald Trump.

Há documentos da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), que mencionam o Brasil no contexto da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética e influência da China e Cuba na   América Latina.

Um dos arquivos conta ainda que um telegrama da CIA citava os esforços de Brizola para garantir a posse de Jango, que era considerado muito próximo de esquerda pelo governo americano. Quando Jânio renunciou, João Goulart, inclusive, estava de viagem na China.

Fidel Castro, em 1964: oferta de apoio à posse de Jango/Enciclopédia Britânica 

De acordo com o telegrama da CIA, o presidente de Cuba, Fidel Castro e da China, Mao Tse-Tung, ofereceram apoio material, incluindo “voluntários”, a Brizola.

“Durante a semana de 27 de agosto, o presidente Mao-Tse Tung e o premier Fidel Castro, de Cuba, ofereceram apoio material, inclusive voluntários para Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, que era o principal defensor no Brasil para assegurar a sucessão à Presidência do vice-presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. Brizola não aceitou a oferta, embora  tenha apreciado o apoio, porque ele não deseja criar uma crise internacional. Brizola obviamente teme que se a ajuda for aceita os Estados Unidos irão intervir. A oferta de Castro vazou para a imprensa, A de Mao, não”, disse o telegrama, escrito em 3 de setembro de 1961.

Com a anistia em 1979, Leonel Brizola voltou do exílio e em 1982 foi eleito governador do Rio de Janeiro. Em 1990 foi eleito de novo. Faleceu em 2004 aos 82 anos.

Os documentos liberados pelo governo americano contam ainda que a CIA tinha em mãos propaganda e ações políticas em andamento em países do Caribe e na América Latina para conter a influência de Cuba nessas regiões. Segundo os arquivos, os EUA apoiaram “demonstrações em massa” no Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e outros países latino-americanos.

Mao Tse-Tung era presidente da China na década de 1960/Domínio Público

De acordo ainda com os arquivos, Cuba continuou promovendo, financiando e dando suporte a grupos dentro de países latino-americanos, incluindo Brasil, Argentina e Chile. Outa informação é de que o governo americano tinha um subcomitê para discutir estratégias contra a presença comunista na América Latina. Entre as ações, o uso de campanhas para influenciar a opinião pública em países da região, incluindo o Brasil.

Os documentos liberados são sobre as investigações do assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963. Até hoje, o mistério do crime permanece.

Relacionadas