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A comunidade Boa Vista, em São Lourenço, Zona Sul de Niterói, voltou a viver momentos de tensão na noite desta terça-feira (27), após um ataque criminoso atribuído à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
Dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), assim como todas as outras favelas controladas pelo narcotráfico na cidade, a Comunidade da Boa Vista foi alvo de um ataque pontual, e não de uma tomada de território, de acordo com o comando do 12º BPM.
“Foi mais uma ação de ataque, pois, para ocorrer uma invasão, o bando invasor precisa estar com um grande contingente de marginais, a ponto de tomar o território e ocupá-lo. Com um efetivo reduzido, isso não é possível. São apenas ações para ofender a dignidade do grupo rival”, explicou o subcomandante da unidade, tenente-coronel Müller.
O confronto entre os grupos armados assustou moradores e gerou correria pelas ruas estreitas da comunidade. No entanto, a Polícia Militar agiu rapidamente após os primeiros registros de tiros e reforçou o patrulhamento na área, inclusive com o uso de veículo blindado.
A atuação imediata da corporação evitou um agravamento do cenário e impediu a permanência dos criminosos na comunidade. De acordo com a PM, o policiamento segue intensificado tanto no interior quanto no entorno da Boa Vista, com rondas em horários alternados e apoio da inteligência do batalhão.
“Não estamos com ocupação na localidade, mas sim com patrulhamento intensificado e monitoramento constante”, destacou Müller.
Até o momento, não há registro oficial de feridos ou prisões relacionados ao tiroteio de terça-feira. No entanto, o episódio evidencia a fragilidade da segurança nas áreas conflagradas de Niterói e os riscos permanentes enfrentados por moradores.
Esse não foi o primeiro episódio de confronto registrado na comunidade neste mês. No dia 7 de maio, um intenso tiroteio também mobilizou equipes do 12º BPM. Na ocasião, um homem foi encontrado morto na Rua Silveira da Mota. À época, o coronel Leonardo classificou a ocorrência como “um ataque pontual” e não uma tentativa de invasão.
"São apenas ações pra meio que ofender a dignidade do grupo invadido", explicou o tenente-coronel Müller.