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Com 5 cabeças de chave, Brasil ‘domina’ sorteio da Libertadores
Disparidade financeira entre o brasileiros e o resto da América é novo tom da competição
Com 5 cabeças de chave, Brasil ‘domina’ sorteio da Libertadores
Foto do autor João Eduardo Dutra João Eduardo Dutra
Por: João Eduardo Dutra Data da Publicação: 20 de março de 2024FacebookTwitterInstagram
Fonte: Divulgação
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O sorteio da Libertadores aconteceu na noite desta segunda-feira (18), em Luque, no Paraguai, e os times já sabem seus caminhos iniciais para a tão sonhada Glória Eterna. A definição dos grupos sempre é um momento de tensão para os torcedores, lá se foi aquela ideia de “campeão não escolhe adversário”, uma trajetória menos complicada pode sim levar um time mais próximo ao título.

Porém, a tão temida fase de grupos por alguns de anos atrás parece cada vez mais esvaziada. O fenômeno não é local nem exclusivo da América do Sul. A UEFA anunciou o fim da fase de grupos na Champions League já na próxima temporada, dando o lugar a um novo modo de disputa que torne o período mais competitivo.

Ora, de fato é difícil de imaginar o humilde Estrela Vermelha da Sérvia conseguir se criar em um grupo com os novos magnatas do futebol Manchester City e o RB Leipzig, que tem investimentos infinitamente maiores que seus rivais.

Mas a Libertadores parecia diferente. Sem o poderio financeiro dos gigantes europeus, os grupos tinham o costume de serem nivelados por baixo. Surpresas ou os chamados “vexames” eram comuns ainda na década passada, o Flamengo que o diga com quatro eliminações na fase de grupos neste século, ou Corinthians e São Paulo, que deram adeus ainda na Pré-Libertadores.

Porém, a face da Libertadores mudou. O que era uma competição aberta para muitos times agora tem um grupo seleto de favoritos e o motivo para isso é o mesmo da Champions League, dinheiro.

Dinheiro é Rei’

Melhor explicando, a disparidade financeira entre as equipes brasileiras e o resto do continente tem sido escancarada nas últimas edições da Libertadores.

Nos últimos cinco anos, todos os campeões vieram do Brasil, enquanto oito dos 10 finalistas também eram de terras tupiniquins. Apenas os gigantes da Argentina, Boca e River, conseguiram “furar” o domínio brasileiro nas decisões, mas sem sucesso em levantar a taça.

Ao todo, o Brasil teve cinco dos oito cabeças de chave do sorteio, um recorde para o país na competição que, além de facilitar o caminho da maioria das equipes brasileiras, ainda demonstra o poderio diante de seus adversários sul-americanos.

Segundo um levantamento do site “Transfermarkt” divulgado pela revista Placar, entre os oito elencos mais valiosos da Libertadores, sete são brasileiros. Apenas o River conseguiu ficar na frente de alguns clubes no Brasil, na quarta colocação. Os três primeiros (Palmeiras, Flamengo e Fluminense), coincidentemente ou não, são os últimos três campeões.

Para efeito de comparação, o elenco dos sete times brasileiros nessa Libertadores, somados, tem o valor de cerca de 810 milhões de euros. Todos os outros 25 times, somados, não chegam a 628 milhões de euros. É uma disparidade muito grande entre um grupo de times para o resto.

Grupo da morte’?

Isso impacta diretamente na competitividade do torneio, em especial da fase de grupos. Dos sete brasileiros, cinco eram cabeças de chave, um estava no pote dois e apenas o Botafogo poderia ser pareado com outra equipe do Brasil, o que não aconteceu. Ou seja, não haverá confronto brasileiro nesta fase.

Dessa forma, a formação do chamado “grupo da morte”, que tradicionalmente tinha três ou quatro times em condições minimamente parecidas de conseguir a classificação para a próxima fase, não aconteceu porque os clubes que põe medo, em sua maioria, são brasileiros.

Claro, tem um River Plate que tem que ser respeitado, ou uma LDU que sempre dá problemas para times do Brasil (pelo menos para um), mas a maioria do restante não tem condições financeiras de competir com os times do Brasil na CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão). Uma altitude vai atrapalhar, uma arbitragem caseira na Argentina pode entrar no caminho, mas o nível de competitividade é muito diferente.

O restante dos times da América do Sul não ficaram piores, mas o nível de investimento não acompanhou o ritmo que o Brasil impôs nos últimos dez anos. Se os grupos eram nivelados por baixo, agora os times brasileiros entram como franco favorito não só para a classificação em primeiro lugar, mas visando fazer 18 pontos em seis jogos.

Cariocas na Liberta

O grupo do atual campeão, Fluminense, conta com o Cerro Porteño, do Paraguai; Alianza Lima, do Peru; e o Colo-Colo, do Chile. Mesmo com o mau momento tricolor neste início do ano, a equipe ainda é favorita para conseguir a classificação em primeiro lugar.

Já o Flamengo ficou no grupo E junto com Bolívar, da Bolívia; Millionarios, da Colombia; e Palestino, do Chile. Sim, tem dois jogos na altitude que podem ser incomodos, mas o Rubro-Negro deve brigar pela primeira colocação geral da Libertadores pelo fato de ter um elenco muito superior aos demais.

O Botafogo era o time que estava mais preocupado com o sorteio. Pelo fato de ter vindo de fase preliminares e estar no pote quatro, a equipe poderia estar no grupo de qualquer outro brasileiro. Porém, não aconteceu. O alvinegro caiu no grupo D com a LDU, do Equador; Junior Barranquilla, da Colômbia; e Universitario, do Peru. Mesmo não sendo cabeça de chave, o Glorioso ainda é favorito para se classificar e deve brigar pela primeira colocação do grupo.

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