Mesmo com a era digital, ainda há quem resista ao bom e velho livro físico. 

Segundo um estudo da Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro, Niterói conta atualmente com o total de 18 livrarias. É a segunda cidade do estado com maior número de livrarias, perdendo apenas para a capital que conta com 144.

A TRIBUNA esteve às ruas e conferiu como está a procura atual por parte do público nas pequenas e grandes livrarias da cidade.

A Ideal Mônaco, uma das livrarias mais antigas de Niterói, é considerada um verdadeiro símbolo cultural para a cidade. Localizada na Rua Visconde de Itaboraí, no Centro, o espaço existente desde 1935, resiste aos avanços tecnológicos e encanta aos amantes da leitura de todas as idades.

“É evidente que a procura dos livros não é mais como era antigamente, e isso se dá muito por conta da internet que tem avançado bastante, mas aqui na livraria ainda temos as pessoas que se interessam bastante pelos livros físicos de diversos assuntos”, disse Carlos Mônaco, proprietário da Livraria Ideal Mônaco.

Considerado o Calçadão da Cultura na região, no passado, o local tornou-se ponto de encontro entre escritores, pensadores e dono de livrarias que discutem pensamentos, eventos e ainda realizam lançamentos de livros.

“Eu posso dizer que o nosso espaço é super importante para a população, pois é um lugar que transmite conhecimento, mostra um pouco da cultura niteroiense e brasileira no geral, além de promover a leitura, que é algo essencial para a vida de todos, então é de grande importância para a região. É uma pena que com o passar do tempo outras livrarias se fecharam, mas nós estamos aqui, mesmo com o avanço da internet”, completou.

Jovens estão mais interessados nos livros, afirma gerente da Blooks

Em outro ponto da cidade, os jovens tem se tornado os grandes consumistas por livros físicos, é o que afirma o Fabio Corrêa, gerente da Blooks Livraria, localizada na Rua Miguel de Frias, às margens da Praia de Icaraí.

Localizada anteriormente no Reserva Cultural, em São Domingos, a unidade literária foi inaugurada recentemente em Icaraí em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem a potencialidade de atrair um público que normalmente não entrava no espaço, como o público jovem.

“A gente era do Reserva e o público aqui é bem diferente do que estávamos acostumados como os jovens, eles são bem mais de pesquisar, ao contrário do público adulto que se interessa e decide comprar logo de cara. Mas apesar disso, eu sinto que as livrarias físicas hoje se tornaram um showroom da Amazon, as pessoas vêm aqui, veem o livro físico e decidem comprar na internet”, lamenta Fábio.

O gerente diz ainda que o meio digital na leitura pode atrapalhar o modo crítico das pessoas.

“Eu que nasci antes dessa coisa de internet, eu sei que é um mundo antes e depois, então vejo que as pessoas que nasceram já na era da internet tem uma visão menos crítica na leitura, aceita tudo muito fácil e acaba não desenvolvendo o outro lado, pois eu acho que a pessoa que está só com o eletrônico tem um desenvolvimento de perceber o mundo bem diferente e com os livros podemos ter mais histórias, mais vivências”, concluiu.

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