Wellington Serrano -
Márcio Panisset, ex-secretário de Saúde de São Gonçalo, foi preso na manhã desta quarta-feira (24), em sua casa em Pendotiba, na Região Oceânica de Niterói, por policiais da 79ª DP (Jurujuba) e promotores da Coordenação de Segurança e Inteligência (CSI), do Ministério Público do Rio de Janeiro, por porte ilegal de arma de uso restrito.
Segundo informações, os policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) investigavam denúncias de corrupção e formação de quadrilha quando encontraram a arma e uma grande quantidade de dinheiro. Irmão da prefeita Aparecida Panisset chegou na 79ª DP no início da tarde, acompanhado da mulher e de um advogado.
Márcio Panisset tem dois processos em que ele responde por improbidade administrativa. Além de réu em uma ação do MPE-RJ, que investiga uma quadrilha que teria desviado mais de R$ 35 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em São Gonçalo, Márcio Panisset foi denunciado por corrupção e formação de quadrilha. Em 2017, uma gravação onde ele afirma receber 10% de propina dos fornecedores que vendem para a Prefeitura de São Gonçalo foi ao ar em setembro, durante propaganda política de uma candidata do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB).
O delegado Cláudio Ferraz, titular da Draco-IE, instaurou inquérito para apurar a denúncia, que foi feita pelo empresário Mauro Azevedo Silva, a quem a Prefeitura deve cerca de R$ 800 mil. Sócio cotista da empresa Rioseg Segurança e Vigilância S/S Ltda e casado com Vânia Cristina da Costa Azevedo Silva, sócia gerente da empresa Staff Segurança e Vigilância Ltda, ele explicou, em documento protocolado na Draco sob o número 09/5791405/08, em dia 24 de setembro do ano passado, que as duas empresas foram contratadas para prestar serviços de vigilância e segurança para a Prefeitura de São Gonçalo, a partir de janeiro de 2005.
Do lado de fora da delegacia, amigos da mulher de Márcio procuravam alguma informação e estavam surpresos com o fato. Não sabia que ele mantinha uma arma em casa, e nem que estava sendo investigado, disse um amigo que não quis se identificar. O MP informou que o caso está sob sigilo e não revelou maiores informações. A Polícia Civil não se posicionou sobre o assunto, assim com o Tribunal de Justiça (TJ).
Procurado, o advogado de Márcio Panisset se recusou a falar com a reportagem.