Raquel Morais -
Nesta sexta-feira foi realizado o Dia do Basta, movimento sindical e popular que aconteceu em vários estados do país para chamar atenção das autoridades sobre as questões trabalhistas. Em Niterói, funcionários públicos federais, metalúrgicos e bancários foram para as ruas da cidade em busca de visibilidade para os problemas que afetam as categorias. As reclamações foram desde desemprego e assédio moral até cobrança das verbas rescisórias e pedidos de apoio municipal.
O primeiro grupo, de funcionários da Universidade Federal Fluminense (UFF) lotados no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), realizou uma manifestação solicitando a revogação do contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Representantes do sindicato explicaram que atualmente o Huap apresenta mais de 60 leitos fechados, aposentadorias precoces de servidores devido a assédio moral, maior precarização nas condições de trabalho e sucateamento.
Liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), o grupo se reuniu em frente ao Huap e seguiu em caminhada até a reitoria da UFF, em Icaraí. De acordo com Bernarda Ferreira, coordenadora do sindicato, a pauta da reivindicação, que solicita o cancelamento do contrato com a Ebserh, se justifica por conta de promessas estabelecidas que não foram cumpridas. Tivemos a redução de leitos, de funcionários e 229 vagas de trabalho que precisavam ser ocupadas e se encontram ociosas. Além disso, queremos a revogação da norma de serviço porque temos um acordo de greve com o reitor perante as 30 horas, conforme a legislação, e essa norma de serviço agride esse acordo. Nós somos favoráveis ao controle de frequência, mas não da forma como está sendo imposto, sem levar em consideração uma série de fatores que envolvem o serviço público, contou a coordenadora.
Paralelo a esse movimento cerca de 100 metalúrgicos ocuparam a escadaria da Prefeitura de Niterói, no Centro. Eles buscam apoio para o principal problema da categoria: direitos trabalhistas rescisórios. Liderados pelo Movimento Social SOS Emprego Leste Fluminense, os trabalhadores cobraram os acertos após as demissões em massa de 2015. Somos contra as demissões dos metalúrgicos que foram demitidos e não receberam seus direitos trabalhistas. Queremos nosso direito e pedimos apoio nessa questão da reabertura dos estaleiros de Niterói, como aconteceu com a Prefeitura de Itaboraí, que apoiou a categoria para retomada do Comperj, pontuou o representante do movimento, Alexandre Lopes.
Na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, também no Centro, bancários reclamavam de assédio moral, demissões e injustiças contra a categoria. O movimento foi idealizado pelo Sindicato dos Bancários de Niterói e Região que, em nota, informou que a mobilização nacional exige um basta no desemprego, no aumento do preço do gás de cozinha e nos combustíveis, na retirada de direitos da classe trabalhadora, de privatizações e de demissões no setor financeiro.