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O nascimento é o momento mais esperado pelas gestantes que passam longos nove meses de alegria, dúvidas e muitos sonhos. Arrumar a bolsa da maternidade, ir para o hospital, tirar fotos, ter o neném dos braços e fazer a primeira amamentação é a história perfeita para encerrar o ciclo da gestação. Mas essa não foi a ordem dos acontecimentos da moradora de São Gonçalo Shaiana de Anchieta da Rosa Chaves, 33 anos. Ela foi mais uma vítima da Covid-19, precisou ser intubada e com 27 semanas deu à luz ao pequeno Benjamin, em uma cesárea de emergência.
Shaiana foi internada no dia 30 de novembro do ano passado no Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) com diagnóstico de Covid-19 e por conta da gravidade do caso foi direto para CTI com 50% do pulmão comprometido. Mas a situação no lugar de melhorar, piorou. E dez dias depois a equipe médica fez uma cesárea de emergência, no dia 10 de dezembro. A partir da cesárea Shaiana foi intubada e ficou por três dias, até melhorar o quadro de saúde.
A cesárea de emergência é sempre uma opção na tentativa de salvar a mãe e a criança, dependendo da idade gestacional. Mesmo sendo uma cirurgia de alta complexidade e uma gestante de alto risco, o procedimento foi cogitado pela piora da Shaiana, e tivemos plena segurança em realizá-lo, pois contávamos com todo o suporte tecnológico, uma equipe especializada e a infraestrutura de UTI Neonatal totalmente preparada para receber o bebê, que nasceu com 28 semanas, pesando cerca de 1.225 gramas, contou a dra. Daniela Gomes Machado Selano, coordenadora da Maternidade do CHN.
Benjamin nasceu então de 28 semanas com cerca de 1.225 gramas e precisou ficar na UTI Neonatal por 88 dias. Mas o sonho do parto perfeito e a tradicional foto com o recém nascido em cima do colo da mãe não pode ser registrada. A manicure teve alta no dia 26 de dezembro mas ficou tão debilitada que não pode conhecer o seu primeiro filho, que permaneceu na UTI Neonatal recebendo muitos cuidados, e mimos, da equipe do hospital. O encontro com seu bebezinho foi 28 dias depois do parto, no dia 7 de janeiro de 2021, quando conseguiu ter o primeiro contato com o filho.
Eu estava muito ansiosa. Eu chorei muito e a equipe toda chorou. Fiquei muito emocionada quando eu abri a incubadora e eu senti os batimentos cardíacos do Benjamin acelerarem. Ali eu tive a sensação que eu programei sentir no parto, mas tive que esperar um pouco e foi de uma maneira diferente e especial, lembrou Shaiana, que está com seu neném em casa desde o dia 8 março.
Raquel Morais