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Desde 2018, quando foi inaugurada a Galeria Urbana de Niterói, a Prefeitura da cidade vem valorizando o grafite como forma de expressão artística. Agora mais um passo para esse incentivo foi dado através da Lei 3703, que autoriza a pintura em pilares de viadutos, pontes, passarelas, pistas de skate, túneis, mergulhões e muros públicos da cidade. O Executivo agora deverá fazer uma lista, todos os anos, com pelo menos 10 muros públicos grafitáveis. Considerado um Mago do Grafite, Eduardo Kobra comemora a iniciativa para deixar a Cidade Sorriso mais colorida.
Eduardo Kobra é internacionalmente conhecido e considerado um dos melhores muralistas do mundo. Em entrevista exclusiva para A TRIBUNA, ele falou sobre a iniciativa da cidade.
Eu acho que todo o apoio e incentivo que puder ser dado aos artistas de rua são fundamentais. Essa permissão é uma evolução e Niterói tomar uma posição dessa é uma atitude de vanguarda. A arte não está apenas nos museus, nas galerias, na arquitetura e paisagismo. A arte também está nos muros, nas fachadas e é democrática. Os artistas de rua têm feito muito bem esse papel, levando o trabalho para comunidades e áreas degradadas, frisou.
Kobra falou da marginalização do grafite e a mudança que essa arte proporciona para a cidade.
Muitas vezes a cidade está cinza e caótica e a arte traz um alívio para isso tudo. Acho que poderiam ir além, e incentivar na compra de materiais e necessidades que cada artista tem. Sinto que o grafite evoluiu com a questão da internet. A arte pode ser feita em qualquer lugar. É algo que vem do coração e dos sentimentos. O preconceito perde força conforme a pessoa aprende, pontuou.
O muralista ficou conhecido nacional e internacionalmente com suas obras em grandes centros urbanos. No Rio de Janeiro ele fez o Mural Etnias, batizado como Todos somos um, na região central. A obra é considerada o maior grafite já realizado no planeta e entrou para o Guinness Book. O mural tem 3.000m² e para a confecção foram usadas três mil latas de spray, 700 litros de tinta colorida e 1.800 litros de tinta branca para o fundo. A obra mostra os representantes de cinco tribos, uma de cada continente: os huli (Oceania), os mursi (África), os kayin (Ásia), os supi (Europa) e os tapajós (Américas).
Quanto mais arte tiver na rua, é melhor e mais fantástico. Mas também tem que ter manutenção e restauração. Preciso de um apoiador para restaurar os murais que estão sofrendo com ação natural. É um patrimônio e tem que ser cuidado, frisou Kobra.
GALERIA EM NITERÓI