Os acusados de matar a ex-cantora do grupo musical Kaoma, Loalva Braz Vieira Machado Ramos, de 63 anos, foram condenados, na última segunda-feira(09), pela juíza Aline Dias, da 1ª Vara de Saquarema, na Região dos Lagos. Wallace de Paula Vieira, que trabalhava como caseiro na pousada da cantora, onde ocorreu o crime, pegou pena de 37 anos de reclusão por roubo com resultado morte (latrocínio) e por causar incêndio em casa habitada. Já os réus Gabriel Ferreira dos Santos e Lucas Silva de Lima, foram condenados, respectivamente, a 28 e 22 anos pelo crime de latrocínio. O regime inicial para cumprimento da pena é fechado e os réus não podem recorrer em liberdade.
De acordo com a denúncia, Loalva estava dormindo em sua pousada, no dia 19 de janeiro de 2017, quando os acusados arrombaram a porta do quarto e a agrediram intensamente, com pauladas, golpes de faca, chutes, socos e enforcando-a, enquanto a vítima pedia socorro. Após as agressões, o trio levou bens da residência da cantora, entre eles jóias, dinheiro em espécie, celular, cartão bancário, a imagem de uma santa, aparelhos de surdez e maquiagem.
Em seguida, colocaram Loalva em seu carro para saírem do local, mas o veículo parou por problemas mecânicos. Os três retiraram a cantora, agrediram-na e a arrastaram, fazendo com que ela desmaiasse. Depois, a colocaram de volta no veículo, ainda viva, com a cabeça em contato com um botijão de gás e atearam fogo, causando a sua morte e carbonizando o corpo. Wallace, que era funcionário da pousada, ainda incendiou também o imóvel.
Para a magistrada, a autoria dos réus é inconteste, uma vez que foram presos em flagrante delito logo após a prática do crime e com base nos depoimentos das testemunhas, na confissão dos próprios réus e na apreensão de parte dos objetos subtraídos. O crime foi premeditado pelos três réus, partindo sua ideia do réu Wallace, que era empregado da própria vítima, dormia no local, tinha conhecimento da rotina da pousada e de sua movimentação financeira, do alto valor lá guardado (R$ 15 mil) e sabia que, no dia e hora do local do delito, a vítima se encontrava sozinha e no seu quarto, destacou.
Na decisão, a juíza lembrou que a cantora era conhecida nacional e internacionalmente pela interpretação de sucessos como Chorando se Foi e Dançando Lambada e que Loalva buscava retomar a sua carreira.