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As potências econômicas jogam duro na defesa da comercialização internacional de seus produtos. Impõem regras, sobretaxam concorrentes, estimulam suas exportações e promovem eventos.
A cachaça brasileira precisa de maior proteção governamental para enfrentar a concorrência dos mais variados destilados.
A história nos ensina que para proteger a bagaceira, o governo colonial, no século XVI, ameaçou os engenhos de açúcar, nosso primeiro grande agronegócio, primeiro taxando a produção e depois determinando a proibição de sua fabricação. E daí eclodiu o primeiro movimento nacionalista brasileiro, quando os donos de cerca de 120 engenhos situados do lado de cá da Baía de Guanabara, se insurgiram o promoveram a Batalha da Cachaça (Revolta do Gradim), inclusive com derramamento de sangue, forçando o governo colonial a revogar a restrição.
Menosprezada em alguns setores, mas valorizada pela elite que não despreza o que seja refinado, a cachaça brasileira é destaque em salões refinados, inclusive no Exterior e, apesar de algumas com custos muito elevados, superando bebidas como o uísque.
Mas não temos uma política de estímulo aos produtores, a maioria pequenos alambiques sem estrutura para agressiva comercialização, num mercado fechado.
Uma tentativa para abrir o mercado foi adotada em 2017, com lei obrigando os bares e restaurantes a incluírem em suas cartas de bebidas a cachaça brasileira, ao lado de vinhos, conhaques, vodcas, bagaceiras, uísque, etc.
Apesar de contarmos com mais de 4.800 marcas de cachaça em todo o país, as gôndolas dos supermercados não reservam espaço adequado para a clientela selecionar aquela considerada mais adequada ao seu sabor. Existem cachaças industrializadas, as caninhas de baixo valor, mas poucas em valores correspondentes à sua qualidade e aos seus custos de produção.
O governo fluminense precisa despertar sua atenção para este setor produtivo, inclusive para estimular a produção e a exportação.