Inflação de 2020 foi melhor que previsão anterior
O resultado da inflação de 4,5% em 2020 foi acima do centro da meta, segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra. De acordo com ele ” foi espetacularmente” melhor do que uma inflação de 2,1% prevista pelo Banco em setembro do ano passado. A meta projetada era de inflação de 4%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado ficou em 4,52%.
“Estamos entregando uma inflação acima do centro da meta, o que nunca é desejável. Mas, como a gente está sempre perseguindo o centro da meta, que era de 4% em 2020, 4,5% é espetacularmente melhor que os 2,1% que a gente imaginava no final de setembro”, disse Serra, durante videoconferência sobre a conjuntura econômica brasileira promovida pela XP Investimentos.
O diretor do BC explicou que a alta foi puxada pelo câmbio e pelo preço de commodities (produtos primários com cotação em mercados internacionais) que subiram mais do que o esperado.
De acordo com Serra, outros fatores de pressão para a alta da inflação foram o dinheiro do auxílio emergencial, questões climáticas que impactaram colheitas no sul do país e a restrição na produção de petróleo da Arábia Saudita.
“Teremos uma inflação um pouco mais alta do que imaginávamos, algo que teremos que avaliar nos próximos ciclos. Mudou muito o cenário de commodities de dezembro para cá e teve uma mudança no câmbio também”, acrescentou.
A taxa básica de juros (Selic) será revista pelo BC. Atualmente ela está em 2% ao ano, mas ressaltou que a alteração vai depender do rumo que tomar a política fiscal do país.
“A taxa de juros estrutural da economia brasileira não é 2%. Não é a taxa em que o Brasil vai conviver em situações normais. É o nível que o Banco Central precisou colocar para perseguir a meta de inflação em um ambiente bastante típico”, afirmou.