Tylane Renor -
As contas parecem não fechar na Universidade Federal Fluminense. Na mesma semana em que a Reitoria e o Centro de Artes tiveram o fornecimento de energia elétrica suspensos, outro importante órgão pode paralisar suas atividades, apesar de essenciais: o Hospital Universitário Antônio Pedro.
Em nota emitida pela reitoria da UFF e assinada pelo reitor Sidney Mello, a unidade hospitalar foi notificada pela Enel, que afirma a possibilidade do corte de energia: "Esta segunda ameaça é ainda mais grave, porque evidencia completa falta de humanidade e desrespeito com a vida humana, na medida em que essa ação atinge no coração toda a rede de saúde da macrorregião de Niterói".
Procurada, a Enel Distribuidora de energia explicou que houve outra notificação em outubro deste ano e afirmou que a dívida da instituição com a empresa é de cerca de R$ 12 milhões. Ao todo seriam mais de 30 faturas em aberto desde janeiro de 2015. A Enel esclareceu que o corte de energia de unidades de serviço essencial está amparada pela Lei 9.427/1996.
A concessionária ressaltou que, mesmo não sendo obrigada por lei, mas visando o bem-estar dos internados e usuários do hospital, caso haja o corte, fornecerá, por até sete dias, geradores para atender ao hospital.
Além dos prédios citados, as sedes das faculdades de Odontologia, Farmácia, Direito e o campus do Gragoatá também podem ficar às escuras.
Em resposta, o reitor da universidade explicou que as dívidas teriam sido geradas por aumentos desenfreados. "Os contratos de serviços terceirizados e contas de água, energia elétrica e telefonia têm sido reajustados acima da inflação, o que não ocorre com o orçamento destinado à Universidade, que teve em 2017 uma redução de dezoito milhões de reais no valor anual repassado pelo MEC em comparação com dois mil e quatorze", diz Mello, alegando que a dívida se refere à gestão anterior.