Anderson Carvalho
Afogada em uma dívida de R$ 130 milhões, sendo R$ 30 milhões de débitos trabalhistas, a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Niterói (SPBN), colocou dois imóveis, localizados em Icaraí, para leilão. O objetivo é começar a pagar o que deve aos seus cerca de 800 ex-funcionários do Hospital Santa Cruz, no Centro. Estes não receberam nada desde que foram dispensados há três anos, quando a unidade fechou. O leilão será no próximo dia 19, às 11h, no hall dos elevadores do Tribunal Regional do Trabalho, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 232, no Centro.
Serão leiloados o apartamento 102, de edifício situado na Rua Álvares de Azevedo, 84, que já estava penhorado. Tem sala, dois quartos, cozinha e dependência de empregada. O valor do lance inicial é de R$ 275 mil e o apartamento 101 de edifício na Travessa Oito de Maio, 23, junto ao número 247 da Rua Presidente Backer. Segundo a descrição do imóvel, este tem sala, dois quartos, banheiro, cozinha e área de serviço. O lance inicial é de R$ 225 mil. Os valores correspondem à metade dos lances iniciais em outro leilão marcado para o último dia 5, mas, que não teve compradores para os dois imóveis. O primeiro fora avaliado em R$ 550 mil e o segundo, em R$ 450 mil. O responsável pelo leilão é o leioleiro público Leonardo Schulmann. O leilão do primeiro imóvel é para pagar Sílvio de Souza. O do segundo, a técnica de enfermagem Ana Alice Ferreira Gonçalvez. Os dois, ex-funcionários do hospital.
No final de junho, o Ministério Público do Trabalho cobrou que a SPBN quitasse as dívidas trabalhistas. Notificou o presidente da instituição, Vinícius Nery, para comparecer a uma audiência, mas, este não se apresentou nem explicou a inadimplência das execuções trabalhistas por parte da SPBN, como fora acordado com a Justiça Trabalhista. O MPT também cobra meios que possibilitem o atendimento das execuções trabalhistas em trâmite nas varas do trabalho de Niterói. Outra cobrança é das medidas tomadas por Nery para o ingresso da Sociedade no Ato Trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho, 1ª Região, o que possibilitará o pagamento de uma entrada de 40% de todos os débitos e depois, o parcelamento em até 120 vezes das dívidas.