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A Polícia Militar afirmou que a disputa entre facções no Morro do Estado, Região Central de Niterói, não se deu após uma invasão, mas sim porque criminosos que controlam o tráfico de drogas na localidade trocaram de organização criminosa. A informação foi divulgada durante reunião do Conselho Comunitário de Segurança Pública, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) também foi repercutida reportagem publicada nesta quinta-feira (9) em A TRIBUNA que retratou o temor de comerciantes da região.
De acordo com o major Bruno Amaral, que esteve no encontro representando o comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Marcelo Carmo, que está com a Covid-19, a unidade policial está mantendo cerco tático 24 horas por dia ao redor da comunidade. No que diz respeito ao relato de intimidação de criminosos a comerciantes da Praça do Rink, o batalhão afirmou não ter recebido, até o momento, nenhum relato nesse sentido.
"Circulou um áudio alegando que estavam liberados os assaltos. Não existe nada de factual com relação a isso. Há uma situação pontual no Morro do Estado. Não foi uma invasão de fora para dentro. Elementos que moram lá decidiram trocar de facção. Nós fizemos um cerco tático, 24 horas por dia. As equipes estão o tempo todo abordando na rua", disse o major.
A reportagem percorreu comércios da localidade a fim de confirmar a denúncia, que foi feita pelo vereador Fabiano Gonçalves (Cidadania), na última quarta-feira (8), no plenário da Câmara Municipal. Embora muitos lojistas tenham negado o fato, um deles, que preferiu não se identificar por temer represálias, disse que supostos criminosos têm telefonado para estabelecimentos fazendo intimidações.
"Estão fazendo isso sim. Estão ligando dizendo que são do morro. Tanto que a PM está aqui em volta. Tinha que ter mais iluminação nessa praça", disse o comerciante, que também reclamou das condições dos postes de iluminação da Praça do Rink. Para o lojista, durante a noite o ambiente escuro provoca sensação de insegurança.
O delegado Fábio Barucke, titular da 76ª DP (Niterói), delegacia que atende à região Central da cidade, afirmou que, até a manhã desta quinta, não havia sido registrado nenhum boletim de ocorrência sobre intimidações de criminosos a comerciantes. O delegado incentivou que aqueles que sofram algum tipo de ameaça comuniquem imediatamente à polícia.
"[Não houve] nenhum registro relatando esse fato. É bom sempre que as vítimas venham registrar para investigarmos", disse Barucke.
Delegado chama reportagem de 'porcaria'
A reunião do Conselho de Segurança repercutiu a reportagem em A TRIBUNA publicada na edição de ontem. O delegado Mário Luiz, que é titular da 79ª DP (Jurujuba) disse que a matéria é uma "porcaria". Ele cobrou que o jornal aborde temas que, em sua concepção, são de maior importância, como a circulação de motos sem placas em Niterói. Cabe ressaltar que, em 16 de março de 2022, reportagem sobre o tema foi publicada pelo jornal.
"Aí você lê uma porcaria dessas, vai verificar o que? Quando na verdade não se está dizendo nada. O dia em que o tráfico deixar de preocupar, Jesus. Só morando em Marte. [...] Com todo o respeito à Tribuna, tenho grandes amigos na Tribuna que prestam um serviço total de grande validade, mas para mim esta nota é triste. Não merece meus aplausos. Dizer uma coisa óbvia, qualquer crime preocupa", afirmou o delegado.
A Tribuna, a polícia, o meio e a mensagem - por Luiz Antonio Mello, editor sênior
Quando chega a redação de A TRIBUNA a informação de que algo relevante está acontecendo, a reportagem imediatamente começa a apurar.
Por razões óbvias, segurança pública é o tema que mais mobiliza os leitores que vê em jornais locais atuantes, como A TRIBUNA, aliados nos momentos de aflição.
Diariamente chegam dezenas de informações no WhatsApp do jornal (21-97848-4642) narrando fatos que estão acontecendo ou que poderiam estar acontecendo. No caso, os leitores pedem que o jornal apure.
O jornal apura todas as informações que chegam e, constatando que se trata de um fato real, imediatamente entra em contato com as assessorias de comunicação. No caso de segurança pública as assessorias das polícias.
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