Wellington Serrano
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Transportes, garante que, para que haja a revisão da tarifa da linha Charitas-Praça XV, será preciso um aumento de demanda dos atuais 5,7 mil passageiros para cerca de 40 mil por dia, o que ainda não foi verificado, segundo o órgão, mesmo após o início do funcionamento do Túnel da Transoceânica. Além disso, a estação hidroviária deverá passar por obras, a fim de receber embarcações maiores.
Em nota, o órgão admite que é preciso estudos de viabilidade e os impactos sobre a demanda da Linha Praça XV-Arariboia, que atualmente recebe a maior demanda de passageiros do sistema aquaviário, média de cerca de 54 mil passageiros, em terças consideradas normais até às 14h. O Governo do Estado disse que está estudando alternativas.
Em resposta à Ação Popular contra a CCR Barcas e o Estado, pedindo a diminuição da tarifa do catamarã de Charitas e protocolada na 10ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro, a secretaria respondeu à Justiça e se posiciona por uma análise diante da necessidade na operação do transporte aquaviário na região.
O órgão reconhece que o modelo atual acarreta ineficiência para todo o sistema de transporte público da Zona Sul de Niterói. Agora, o estado vem revendo todo seu planejamento operacional na região, mas aponta para uma inviabilidade uma vez que a demanda da Linha Praça XV-Arariboa atende os municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Rio Bonito, Tanguá e Itaboraí. A linha Charitas-Praça XV atende somente aos moradores da Região Oceânica.
A possibilidade de redução nos valores das Barcas de Charitas até existe, mas a alegação de demanda reduzida impede que isso ocorra. A equipe de reportagem de A Tribuna analisou que hoje, não se pode dizer que a demanda é fraca se um passageiro vindo de Itaipu, pagando R$ 4 em um ônibus mais R$16,50 do transporte aquaviário, teria um gasto total, considerando ida e volta, de R$ 41 ao dia. Já a mesma opção, levando em consideração as barcas saindo da Praça Arariboia, esse custo reduziria pela metade, sendo R$ 4 do coletivo e mais R$ 5,90 do aquaviário, o que, ida e volta, dá um total de R$ 20.