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Fred entrou aos 32 minutos, do 2º tempo, e foi aí que a história da noite realmente começou. Mesmo que tenha sido pouco tempo em campo, os 63 mil tricolores fizeram a festa para ver pela última vez o segundo maior ídolo do clube em campo. O resultado já estava 2 a 1 para o Tricolor, gols de Cano no primeiro tempo e Matheus Martins na etapa final. Mas o que importou foi a despedida do eterno camisa 9. O atacante não conseguiu o gol 200 pelo Flu, mas a sua história já estava escrita com a camisa do clube. Para melhorar, o centroavante ajudou o time de Fernando Diniz a chegar na vice-liderança do Brasileirão, com 27 pontos.
Antes do apito inicial da partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão, a torcida tricolor deu um show. Foi erguido um mosaico 3D de Fred, daquele famoso gol de voleio no centenário do Fla-Flu, e a tradicional festa com pó de arroz, que atrasou o início do jogo. Ao som de O Fred vai te pegar, o time de Fernando Diniz encontrou um Ceará acuado, talvez pode-se dizer com medo. Mas antes do eterno camisa 9 entrar em campo, foi Germán Cano quem superou a defesa adversária. Primeiro, Arias encontrou o atacante na área, mas João Ricardo fez um milagre. Depois, Caio Paulista cruzou e o argentino subiu sozinho para abrir o placar.
Mas além do gol, foi uma superioridade no número de chances, finalizações e posse de bola. Os mandantes tinham o controle da partida. Os visitantes conseguiram assustar somente perto do intervalo, quando Bruno Pacheco fez Fábio trabalhar. No segundo tempo, a pressão adversária continuou. Aproveitando o rebote, Vina pegou de chapa e o goleiro do Flu se esforçou para tirar. Contudo, em boa trama Tricolor, Cano virou garçom e tocou para Matheus Martins ampliar. Para orgulho do veterano que se aposentou, a cria de Xerém foi comemorar imitando o ídolo.
O Ceará ainda tentava diminuir. De novo com Vina, o meio campo quase aplicou a Lei do Ex no Maracanã, mas Fábio fez uma linda defesa. Mas aos 32 minutos, o jogo virou de Fred. Posicionado onde sempre ficou habituado, o camisa 9 pediu, mas viu de perto Matheus Martins tirar tinta da trave. Depois, viu Fábio salvar de novo o Flu. Entretanto, ele queria o gol de número 200. Ele tabelou, correu, e reclamou quando Caio Paulista não devolveu o passe dentro da área.
O gol não veio e quem conseguiu marcar mesmo foi Luiz Otávio, finalmente diminuindo placar. O árbitro deu mais tempo de acréscimo, Fred se posicionou para receber em profundidade em passe de Martinelli, que foi parado com falta. No entanto, não dava mais tempo. Fim de jogo. Fim de uma carreira vitoriosa no futebol brasileiro. Entre abraços de colegas do Flu e do Ceará, Fred mostrava que sua ficha não havia caído. Deu para ouvir gritos de Fred Eterno, entre alegria e emoção, vindo da arquibancada.
No início da cerimônia e fim das homenagens que recebeu, Fred não conseguiu segurar o choro, que havia prometido tentar. O jogador dedicou o último jogo para os tricolores que, segundo ele tenho que conseguir expressar um pouco da gratidão que eu tenho pelo que esse clube fez por mim, que essa torcida fez por mim. Tenho certeza que é o clube mais humano que eu já conheci em toda a minha vida, disse e ainda completou.
A gente valoriza muito as vitórias, o sucesso, os gols, títulos. Mas, no Fluminense, o que mais me marcou foram os momentos em que eles me ajudaram, quando eu queria desistir. Nos momentos de medo, de fraqueza. Quero agradecer do fundo do meu coração a todos os tricolores. Vou aposentar com essa camisa, mas ela estará sempre tatuada no meu peito, concluiu.