Augusto Aguiar -
A região que engloba os bairros do Jardim Catarina e Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, amanheceu ontem (2) cercada por agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), militares das Forças de Segurança e de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, que deflagraram uma operação com objetivo de cumprir mandados de prisão. A ação aconteceu em diversas localidades para desativar redutos do tráfico e também enfraquecer quadrilhas que atuam em roubos de cargas, sobretudo nas imediações das rodovias que cortam o município.
Três helicópteros deram suporte aéreo às ações e veículos blindados apoiaram a operação por terra. Nas primeiras horas da manhã, moradores que saíam de casa para o trabalho afirmaram que se assustaram com confrontos em bairros que compõem o Complexo do Salgueiro. No Jardim Catarina, a comunidade conhecida como Ipuca, apontada como reduto do tráfico, também foi vasculhada pelos agentes. Aeronaves realizaram voos em baixa altitude, o que levou muita gente a evitar sair de casa, com medo de risco de balas perdidas. Em várias escolas as atividades foram canceladas por conta da operação. Mesmo com intenso tiroteio no Complexo do Salgueiro, até o início da tarde de ontem não havia sido divulgado o balanço da operação.
Combustíveis - Pelo menos outras duas grandes operações foram realizadas ontem, em pontos diferentes do Rio. Em uma delas, a Polícia Civil e o Ministério Público (MPRJ) deflagraram a Operação Água Negra, com objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em desviar combustíveis da Transpetro. Agentes foram às ruas para cumprir pelo menos cinco Mandados de Prisão e outros 14 de Busca e Apreensão no Rio e São Paulo.
Bruno de Paiva Santos, Jorge Felipe da Silva Paes, Manoel de Andrade Maia, Claudionor Inácio da Silva e Everton Nascimento Silva foram denunciados pelos crimes de organização criminosa e furto qualificado. Jorge e Everton Silva também foram denunciados por obstrução de Justiça. A Petrobras teria identificado 187 perfurações irregulares de dutos de combustível entre os anos de 2011 e 2018, o que significa a atuação das quadrilhas no esquema de furto e revenda ou refino ilegal de derivados de petróleo. A quadrilha possuía núcleos de atuação no Rio e São Paulo.