Assinante
Entrar
Cadastre-se
José Maurício teria sido confundido com traficante do Buraco do Boi
Familiares do vendedor José Maurício da Silva Almeida, de 30 anos, afirmam que o rapaz foi preso injustamente, no dia 4 de outubro, ao ser confundido com um dos líderes do tráfico da Comunidade do Buraco do Boi, que fica em Santana, Região Norte de Niterói. Uma manifestação foi convocada para pedir a soltura do rapaz, na manhã deste sábado (16).
De acordo com a mãe dele, Edimar Pereira da Silva, de 59 anos, tanto ela quanto o filho passaram a vida inteira na comunidade. Ela afirma que Maurício jamais teve envolvimento com o crime organizado. Ele é acusado de ter cometido uma tentativa de homicídio contra um jovem, em agosto deste ano.
"O Maurício é um menino bom. Tenho quase 60 anos aqui na comunidade e ele 30. Nunca se envolveu em nada, não tem vícios. Trocaram a foto dele com a de outra pessoa. Agora ele está sendo acusado pelo que outra pessoa fez. Meu filho não é nada disso. Nós estamos lutando para poder provar a inocência dele", disse a mãe.
Segundo o advogado, que pediu para ser identificado apenas como Frank, responsável pela defesa de Maurício. A vítima da suposta tentativa de homicídio, durante depoimento à Polícia Civil, teria confundido Maurício com um traficante conhecido como "Nenzinho", apontado como liderança do tráfico na região.
Ainda segundo o advogado, uma pessoa conhecida avisou a Maurício que havia sido emitido um mandado de prisão. Ciente do fato, o rapaz, acompanhado de seu patrono, se apresentou espontaneamente à justiça, no último dia 4. Desde então, o rapaz está na unidade prisional Ary Franco, em Água Santa, no Rio de Janeiro.
O defensor de Maurício ainda relata ter levado a suposta vítima ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), onde, em novo depoimento, ele teria confirmado que o autor da tentativa de homicídio não seria Maurício. Ainda assim, o pedido de habeas corpus foi negado. A família também afirma que o rapaz, no momento do suposto crime, estaria indo ao trabalho, em uma loja de utilidades, localizada no Centro de Niterói, onde possui cerca de 3 anos de carteira assinada.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que a prisão de Maurício foi mantida por permanecerem " íntegros e inalterados os motivos que justificaram a decretação de sua custódia cautelar, ressaltando, ainda, que a defesa não trouxe aos autos nenhum fato contundente capaz de alterar a situação em que o réu se encontra."
A reportagem também questionou o MPRJ, a Polícia Civil sobre quais razões levaram á prisão de Maurício. No entanto, até o fechamento desta edição, não foram encaminhadas respostas. José Maurício é casado e possui uma filha de 4 anos de idade.