Magia da ‘Fadinha’ inspira jovens niteroienses apaixonados por skate
Após a atleta maranhense Rayssa Leal, a Fadinha, de 13 anos, conquistar a medalha de prata no skate street na Olimpíada de Tóquio (Japão), a pista Skate Park de São Francisco ficou lotada de jovens skatistas que enalteceram o esporte. De 5 até 19 anos, os amantes do skate contaram um pouco sobre a dificuldade das manobras e também do preconceito que envolve esse universo.
Rayssa é a atleta brasileira mais jovem da história a trazer uma medalha para o país. Ela marcou 14,64 na somatória e ficou atrás apenas da japonesa Nishiya Momiji que também tem 13 anos e somou 15.26 pontos. O pódio ficou completo com o bronze da também japonesa Funa Nakayama, de 16 anos, que fez 14.49. A disputa foi no Parque e Esportes Urbano de Ariake.
Fadinha acredita que com a medalha olímpica poderá influenciar mais meninas no esporte. Foi justamente esse incentivo que as três amigas Gabriella Mascarenhas (16 anos), Lara Gintner (16 anos) e Rafaella Ortega (17 anos) sentiram após assistir a apresentação da medalhista no domingo (25). Elas explicaram que vibraram muito com a medalha de prata do Brasil. “Eu amo andar de skate e pratico desde os meus sete anos. Amo esportes e agora eu divido as pistas com o mar pois estou surfando. O skate é visto como um esporte vandalizado e hoje ele está nas Olimpíadas. Isso é uma vitória”, contou a moradora de Itaipu, na Região Oceânica.
Rafaella Ortega, Lara Gintner, Gabriella Mascarenhas, Theo e Luigi Rafaella Ortega, Lara Gintner e Gabriella Mascarenhas
A amiga que mora no mesmo bairro, Lara, também disse que se sentiu inspirada por Rayssa. “Eu acho um máximo e a Rayssa entrou para a história. Eu fiquei muito feliz e isso só me incentiva ainda mais aprender mais e mais o skate”, pontuou. Rafaella disse que as amigas andam e aprendem juntas e sente muito acolhimento na pista. “A gente aprende muito com as pessoas que andam de skate. Além de incentivar quando a gente faz uma manobra bem feita, as pessoas ajudam ensinando novos movimentos e quando a gente cai muitas pessoas ajudam”, frisou a moradora de São Francisco.
A estudante Kayla Tauil, 19 anos, também foi na segunda-feira (26) conferir a pista do Skate Park de São Francisco após ver o sucesso da fadinha na disputa de domingo. “Comecei a andar de skate com 10 anos e depois parei. Agora eu estou voltando. Eu acho que já passei da idade de me profissionalizar mas eu estou satisfeita só de estar andando mesmo de skate”, contou.
Mas enquanto a niteroiense acha que não tem mais idade para virar uma atleta, o pequeno Theo Morgan, de 5 anos, está investindo nos treinos.
“Meu filho me pediu um skate e eu comprei, junto com os equipamentos de segurança, e coloquei ele na aula particular de skate. Ele tem desenvolvido muito e está muito feliz. Sinto que ele não tem medo de arriscar e já faz pequenas manobras”, comemorou o bombeiro Charles Morgan, 47 anos. E é de novo que começa a fazer história e isso o estudante de sistema de informação, Luigi Veras, 18 anos, assina embaixo. “Eu amo andar de skate e faço desde muito novo. Dependendo do local que eu preciso ir ainda uso o skate como meio de transporte. Temos que mudar a imagem do skatista para as pessoas e quebrar esses tabus. A medalha da Rayssa é um belo caminho para isso”, finalizou.
Luigi Veras Theo Morgan
Raquel Morais
Fotos: Raquel Morais