Ex-governador Sérgio Cabral passou por três prisões em uma semana
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fez um tour por presídios entre Niterói e a capital nesta semana. Na última terça-feira (03), ele foi transferido da Unidade Prisional administrada pela Polícia Militar, na cidade Sorriso, para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1). O presídio é de segurança máxima, e é conhecido como cofre. Ontem, Cabral foi levado para o 1º Grupamento de Bombeiro Militar, no Humaitá, na Zona Sul do Rio.
As transferências ocorreram após inspeções da Justiça do Rio de Janeiro ter encontrado regalias na ala dos oficiais, do antigo BEP, em Niterói. Além do ex-governador, também estava recebendo “tratamento vip” o tenente-coronel Claudio Luiz, condenado pela morte da juíza Patrícia Acioli, assim como outros policiais militares. Foram apreendidos pela Vara de Execução Penal do Tribunal de Justiça acessos à internet, máquina de lavar, recibos com pedidos de comida por aplicativo, e até toalhas bordadas com o nome de Cabral.
A troca de Niterói para o presídio de segurança máxima em Bangu ocorreu por ordem da VEP. Contudo, o desembargador do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Olindo de Menezes determinou a remoção de Sérgio Cabral da penitenciária Laércio da Costa Pellegrino. Segundo Menezes, não seria “prudente a manutenção do ex-governador” em uma prisão do complexo penitenciário. Além disso, o desembargador lembrou que e há uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando que, por ser” colaborador”, Cabral não fique preso com outros corréus ou condenados.
Defesa se manifesta
A defesa do ex-governador Sérgio Cabral afirmou que irá denunciar, segundo eles, uma situação de injustiça ao Tribunal de Justiça e para o STF. Confira a nota na íntegra:
“A defesa do Ex-Governador afirma que a justiça mais uma vez imperou já que: foi reconhecido que a decisão de sua transferência, para além de estar pautada em mera presunção e achismos, fora determinada sem qualquer processo que a respaldasse, ou seja, inverteu-se o devido processo legal. O juiz primeiro determinou a remoção do Ex-Governador para somente depois apurar se houve o seu envolvimento no episódio narrado.A defesa também destaca que, em relação ao Ex-Governador, a própria decisão do juízo da execução não relaciona e não descreve nenhum achado na cela nº 18 –que é a do Ex-Governador. Como não houve nenhum achado que pudesse ser relacionado ao Ex-governador, o Juiz da execução, em sua decisão, carregou de impressões pessoais despidas de qualquer mínima prova para justificar e motivara sua decisãocautelar de remoção de presídio. A defesa também afirma que baterá às portas do Tribunal de Justiça e do STF para denunciar esta situação de injustiça replicando nos demais processos onde, atualmente, se busca a liberdade do ex-governador”.