Augusto Aguiar -
Agentes da equipe de investigação da 78ª DP (Fonseca) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (21), a Operação Wallpaper, que tinha por objetivo cumprir Mandado de Prisão contra um empresário e ex-candidato a vereador por São Gonçalo. Ele é acusado de integrar uma organização criminosa que abastecia todas as favelas da Região Metropolitana com insumos e materiais destinados à embalagem de drogas para venda no varejo, tais como microtubos eppendorf (chamados de pinos), sacolés, vidros para acondicionamento de lança perfume (o popular cheirinho da loló) e etc.
Em uma das residências do empresário Wanderson Marins Dinelly, de 36 anos, proprietário de duas grandes casas de festa em São Gonçalo, que foi preso na ação, os agentes encontraram 100 mil pinos de eppendorff, que seriam destinados ao tráfico de drogas, além de três veículos, R$ 80 mil em dinheiro e documentos. Wandinho, como o empresário é conhecido, também teve o saldo de duas contas bloqueado e confiscados documentos de 15 imóveis em seu nome. Ele comprava os insumos no atacado, diretamente das fábricas situadas em São Paulo, e os revendia para traficantes de comunidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Região dos Lagos, ligados a todas as facções criminosas. Além de empresário, Wandinho é funcionário da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e foi candidato a vereador nas últimas eleições municipais de São Gonçalo.
Entre as comunidades que eram abastecidas pela organização criminosa estão Nova Brasília (Engenhoca), Marítimos (Barreto), Santo Cristo (Fonseca), Coronel Leôncio (Engenhoca), Morro do MIC (Ilha da Conceição), Menino de Deus (Rocha/São Gonçalo), Jardim Catarina (SG), Reta Velha (Itaboraí) e Complexo do Salgueiro (SG). A organização prestava uma espécie de serviço de delivery, com entrega programada.
De acordo com as investigações, apenas no mês de janeiro a organização teve lucro líquido de cerca de R$ 120 mil. Através da investigação desenvolvida pela delegacia os agentes descobriram que os valores obtidos com a atividade ilícita eram investidos em imóveis e veículos, os quais foram identificados e rastreados, e foram objeto de sequestro judicial. Na mesma operação, Igor Correa Palma, de 21 anos, que era responsável pela logística da organização, também foi preso. Todos responderão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.