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A pesquisa recebeu financiamento filantrópico e é um subestudo do Brace, estudo liderado pelo Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch (MCRI), que pretende avaliar se a vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin) pode ajudar na proteção contra a Covid-19. O Brace é hoje o maior estudo do mundo, sobre os efeitos fora do alvo, da vacina BCG. Desde o lançamento do estudo, em março de 2020, 6.800 profissionais de saúde foram recrutados em 36 locais na Austrália, Brasil, Holanda, Espanha e Reino Unido.
O estudo também investigará se é possível prever quem permanece suscetível às variantes do Sars-CoV-2, mesmo tendo recebido uma vacina contra a Covid-19 ou de já ter adoecido pelo vírus. A pesquisa explorará a resposta imune às vacinas específicas contra a doença em profissionais de saúde brasileiros, para encontrar biomarcadores que indiquem se alguém estará protegido (ou permanece em risco de contrair Covid-19), se exposto a uma variante do Sars-CoV-2.
O professor Nigel Curtis, chefe do Grupo de Pesquisa de Doenças Infecciosas do MCRI, professor de Doenças Infecciosas Pediátricas da Universidade de Melbourne e pesquisador principal do Brace, disse que a grande história de 2021 foi o impacto potencial das variantes do Sars-CoV-2.
"Com o surgimento de novas variantes, para as quais as respostas imunes induzidas por vacinas e naturais podem não ser tão eficazes, há preocupação de que a imunidade do rebanho possa ser prejudicada. Se isso acontecer, o Sars-CoV-2 continuará se espalhando e causando doenças", disse. "Tivemos a sorte de receber esse financiamento adicional para o sub estudo das vacinas específicas contra a Covid-19 (BCOS) enquanto realizamos o Brace, para investigar biomarcadores de proteção contra infecção e reinfecção do Sars-CoV-2 induzidas por infecção natural e vacinação específica da Covid".
Estudo no Brasil
O professor associado Julio Croda, pesquisador principal do estudo Brace no Brasil, disse que 2.400 profissionais de saúde, em três locais de estudo no país, estão sendo ativamente acompanhados e testados para a Covid-19 como parte do estudo.
"Este subconjunto de participantes oferece uma oportunidade única para entender os riscos e determinantes da suscetibilidade à reinfecção com variantes Sars-CoV-2, particularmente a variante P.1. Esta pesquisa é fundamental para projetar abordagens eficazes para ajudar a proteger as pessoas", disse ele.
Com as vacinas específicas da Covid-19 agora disponíveis para os profissionais de saúde, o BCOS também analisará se a vacina BCG melhora a resposta imune às vacinas Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac.
"Estamos recrutando os participantes do Brasce em Victoria, Austrália do Sul e Brasil para avaliar se aqueles que tomaram a vacina BCG têm uma resposta imune melhor ou mais prolongada à vacina específica da Covid-19", disse a professora Margareth Dalcolmo, pesquisadora principal no Rio de Janeiro do Brace.