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Uma conta praticamente esquecida na página do Mercado Livre se transformou em uma grande dor de cabeça para a escritora niteroiense Roberta de Souza. Ela afirma que desde maio notou algumas tentativas de invasão aos dados dela no site, mas descobriu na sexta da semana passada (28) que teve a conta no site hackeada. E nesta terça (1º) foi contatada por uma pessoa que alega ter comprado um produto anunciado no site em um perfil no atribuído a Roberta.
Eu só fiz essa conta uma vez pra fazer uma compra. Tem tanto tempo que nem me lembro quando fiz. Quando vi, ela foi hackeada e comecei a receber um monte de e-mails cobrando sobre recebimento de produtos que nunca vi na vida. Teve gente que comprou motor por mais de R$ 3 mil e eu não sei de absolutamente nada, conta Roberta.
Ela explica que imediatamente entrou em contato com o atendimento do site explicando a situação. A escritora afirma que teve como resposta que o Mercado Livre chegou a bloquear a conta, mas posteriormente entraram em contato afirmando que iriam desbloquear o perfil. Para piorar a situação, os dados pessoas dela se encontram visíveis no site e, com isso, o comprador do motor entrou em contato diretamente com Roberta ameaçando acioná-la na Justiça.
Escritora alega que delegado se negou a registrar denúncia mesmo com o apoio da ouvidoria da Polícia Civil
Na tarde desta quarta (2), Roberta se dirigiu à Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, para fazer o boletim de ocorrência da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Entretanto, foi surpreendida com a informação de que o registro não poderia ser feito, mesmo mostrando os e-mails que comprovavam a invasão na conta.
Assim que contei minha situação, o delegado informou que o registro não poderia ser feito porque eu não fui a vítima. Quer dizer, clonar a minha conta e usar meus dados para realizar negociações virtuais não é crime? Então quem é que vai denunciar isso? E ainda me informaram que o lesado é que deve fazer a denúncia na polícia, questiona.
Após a resposta do delegado, Roberta Imediatamente ligou para a advogada, que recomendou que a escritora entrasse em contato com a ouvidoria da Polícia Civil. A partir daí foi feita uma nova tentativa de fazer o registro do BO, mas mesmo com o suporte da ouvidoria por meio telefônico, o delegado se negou mais uma vez em realizar o procedimento. Ainda de acordo com a escritora, ele apenas a aconselhou a fazer o RO online. O registro virtual foi feito assim que ela chegou em casa e está em análise pela Polícia Civil.
Procurada para falar sobre o atendimento na Cidade da Polícia e a postura do delegado, a assessoria de imprensa da Polícia Civil não respondeu até o fechamento da matéria. Já a assessoria do Mercado Livre limitou-se a dizer que "estava apurando o caso" e que responderiam logo que tivessem uma posição.