Entrevista com o candidato a prefeitura de Niterói Rodrigo Neves
Wellington Serrano
Rodrigo Neves, 40 anos, é sociólogo formado pela UFF. Casado com a pedagoga Fernanda, é pai de três filhos: Mayara, Carlos Eduardo e Marina. Em 1998, foi o vereador mais jovem da cidade, aos 21 anos. Em 2004, elegeu-se mais uma vez vereador como o candidato mais votado de Niterói. Em 2006, foi eleito deputado estadual e, em 2010, reeleito. Como secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, em 2011, criou o Renda Melhor, programa de combate à pobreza extrema, que apoia 35 mil moradores da cidade. Eleito prefeito em 2012, tirou do papel a maior obra de mobilidade da história da cidade, a TransOceânica, e entregou o túnel subterrâneo Ângela Fernandes, o Mergulhão.
A Tribuna – Porque o senhor quer ser reeleito o prefeito de Niterói?
Rodrigo Neves – Porque assumi a Prefeitura num momento mais difícil da cidade nas últimas décadas. Assim como a tragédia do Circo Niterói viveu outra tragédia na sua história, que foi a do Bumba. E isso afetou profundamente a cidade. Nós estávamos com orgulho ferido e o ocorrido desestruturou completamente a administração pública municipal. E foi neste contexto de dívidas, obras paradas, desassistência completa na área da saúde e de ausência da prefeitura, que nós encaramos essa crise sem precedentes como uma oportunidade para mudar o modelo de administração. Então, implantamos medidas que possibilitaram a reestruturação e modernização da prefeitura e, com isso, recuperamos os indicadores, reposicionamos a cidade como a primeira do Rio, resgatamos a autoestima e, especialmente, cumprimos todos os compromissos que assumimos com a sociedade para este primeiro mandato.
AT – Como está a situação hoje da Prefeitura?
RN – De muita tranquilidade. De acordo com ranking da Firjan de Boa Gestão Fiscal, entre 2013 e 2015, Niterói saiu da 43ª posição para segunda no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o órgão, teve a melhor performance do Brasil. E isso se deve ao esforço de melhor aplicação de recursos públicos, de melhorar a qualidade do gasto publico e as despesas e, por outro lado, mesmo no contexto recessivo macroeconômico, nós ampliamos a receita corrente líquida da cidade, nos último três anos e meio, em mais do que o dobro durante o mesmo período da administração anterior, que administrou a cidade num contexto de crescimento da economia brasileira.
AT – Como se encontra a receita corrente líquida de Niterói?
RN – Avançando. Aumentou de R$ 900 milhões para R$ 1,2 bilhão, de 2008 a 2012 e novamente aumentou de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,9 bilhão, de 2013 a 2016. Isso não é resultado por acaso, reflete a modernização da administração e a constituição de uma equipe competente, integra e dedicada e sem o aumentar as alíquotas de impostos nós aumentamos substantivamente a receita corrente líquida de Niterói. Quando nós assumimos Niterói tinha o quinto orçamento público do estado e hoje, nós temos a terceira posição só ficando atrás do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias, ultrapassamos Macaé e Campos dos Goytacazes.
AT – A quantidade de empréstimos realizados, principalmente, o da TransOceânica, estão todos dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal?
RN – Sim. Temos a maior margem fiscal para obtenção de financiamentos e para viabilizar investimentos em infraestrutura no estado. A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que você pode contratar até 120% da sua receita corrente líquida como eu aumentei para R$ 1,9 bilhão, significa que a gente pode contratar até R$ 2,4 bilhão. Contratamos a TransOceânica por R$ 292 milhões, o Programa de Modernização do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS) custou R$ 25 milhões e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que é de R$ 60 milhões. Então nós temos R$ 370 milhões contratados o que significa que hoje nós não temos nem 20% da margem fiscal comprometida.
AT – Caso reeleito, qual o principal desafio?
RN – As despesas corrente. Temos dívidas que são o mau colesterol, que são dívidas com custeio com terceirizações de medidas com o custo da máquina. E temos financiamentos e acordos de cooperação que permitem investimentos em infraestrutura que retornam rapidamente. Esses R$ 292 milhões da TransOceânica, que vão ser pagos ao longo de 20 anos, é o colesterol bom, pois se pagam nos três primeiros anos porque agrega valor aos imóveis das pessoas, os investimentos em infraestrutura agregam valor a cidade, elevam a qualidade urbana e a qualidade de vida das pessoas. Bom ressaltar, que a imensa maioria das realizações e compromissos cumpridos nesse mandato, como a construção das escolas e do skatepark, são resultados de investimentos com recursos próprios, em função do verdadeiro choque da gestão pública, melhoria da despesa corrente e aumento da receita corrente líquida.
AT – Uma vez reeleito, quais seriam suas principais propostas?
RN – Na educação, vou ampliar o horário integral no ensino fundamental e melhorar ainda mais a qualidade do ensino. Na área da saúde, vou chegar em 100% de cobertura do Programa Médico de Família até 2018 e vamos implantar o Centro de Diagnóstico de Imagem, no antigo Santa Mônica. Vamos implantar o Programa ‘Remédio em Casa’ para garantir a distribuição gratuita de medicamentos aos usuários da rede municipal de saúde e a modernização e implantação da nova maternidade Alzira Reis, que vai ser a melhor maternidade pública municipal do Rio de Janeiro. Na área da mobilidade, vamos continuar investindo nas ciclovias, vamos fazer o mergulhão da Praça do Renascença, em parceria com a Ecoponte, e vamos concluir a implantação do BHS com terminal de integração no Largo da Batalha que vai levar o BRS até o Centro e a implantação de todos os dispositivos do Centro de Controle Operacional de Mobilidade, da NitTrans, em fases (setembro de 2016 e março de 2017), promovendo a dinamização do trânsito em toda a cidade e maior segurança.
AT – No seu Programa de Governo Participativo quais ações o senhor destaca para o próximo mandado?
RN – Até 2018 vou fazer a drenagem e pavimentação de todas as ruas da Região Oceânica. Na segurança, vamos avançar na ação integrada e articulada das políticas de segurança das três esferas de governo com o objetivo de reduzir a incidência de violência e criminalidade, ampliar e aprimorar as ações do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP). Ampliar de 372 câmeras para 500 câmeras já em 2017 e ampliar o efetivo da Guarda Municipal para o quantitativo permitido pela lei federal (1000 guardas municipais). No turismo, vou ampliar as parcerias público privadas, como por exemplo, na implantação do Centro Municipal de Convenções de médio porte.