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Vítor dAvila e Raquel Morais
Esperança. Esta foi a palavra de ordem em Niterói, na manhã de terça-feira (19), com o início da vacinação contra a Covid-19. Duas mulheres foram as primeiras a receber as doses, começando por Clice de Souza Carvalho, de 93 anos, que vive em uma instituição de longa permanência na cidade. Em seguida foi a vez da enfermeira Bruna Lemos, de 35 anos que recebeu a dose da Coronavac no Hospital Oceânico, em Piratininga, onde trabalha na linha de frente no combate ao coronavírus.
De acordo com a Prefeitura de Niterói, todos os moradores da instituição de idosos, que fica no bairro do Ingá, na Zona Sul da cidade, foram vacinados. Todavia, o nome da casa de repouso não foi divulgado. Já na área da saúde a escolhida foi a enfermeira Bruna Lemos que trabalha na linha de frente do hospital e tem 11 anos de experiência na área da saúde. À reportagem de A TRIBUNA, ela explicou como é a sensação de fazer parte de um momento histórico para a cidade.
A sensação é de uma felicidade e uma esperança renovada de tempos melhores que vão se iniciar a partir de hoje. Espero que tudo volte a normalidade e que com a vacine a gente possa voltar a vida normal. Vem todo o início da primeira alta até agora e só gratidão. Muitas vidas foram perdidas e muitas mais salvas. Eu fiquei feliz e surpresa. E o recado é que mantenham o isolamento até as respostas totais. Temos o período de janela imunológica, continuem se resguardando em casa e fazendo as medidas de proteção individual. Vamos com tudo para a vacinação e confiando que tudo vai dar certo, contou muito emocionada a moradora do bairro de Várzea das Moças e mãe de um menino de dois anos.
O secretário municipal de saúde, Rodrigo Oliveira, que também recebeu a dose do imunizante, mostrou muita felicidade e otimismo para a vacinação contra a Covid-19 na cidade. Ele explicou que em 2009 o Brasil vacinou 80 milhões de pessoas para o H1N1 em três meses.
Então condições o Sistema Único de Saúde já provou, ao longo das décadas, que têm. Com a vacina e uma ampla imunidade da população a gente retornaria a normalidade, que seria o verde. A única questão que limita o Plano Municipal de Imunizações é o quantitativo de vacinas que chegam do Programa Nacional de Imunizações. Temos logística, recursos humanos e temos todos os insumos necessários para vacinar amplamente. De acordo com a chegada das doses das vacinas vamos comunicar a população prioritária, os ajustes necessários do plano municipal, e onde a população vai se vacinar. A minha expectativa é que seja o mais rápido possível. Questão agora é que as vacinas cheguem para a gente conseguir garantir esse processo, frisou.
Já o prefeito de Niterói, Axel Grael, disse que não tem uma data específica para o retorno da normalidade e início da vacinação em massa.
Não temos uma data específica pois depende muito do ritmo de entrega dessas doses da vacina. O ritmo de atendimento de grupos sociais diferentes depende de quantas doses vamos receber. Inicialmente foi feito um contato com o Butantan e tínhamos solicitado um milhão e cem mil doses que era o quantitativo para garantir toda a população de Niterói. Hoje temos o Ministério da Saúde retomando sua liderança do processo, que deveria ter sido desde o início, e estamos participando desse programa Nacional de Imunização. Vamos receber as doses de acordo com a disponibilidade que é distribuído. Dependemos desse ritmo para poder estabelecer um cronograma de atendimento a todos, contou.
Axel também foi questionado sobre a segunda onda de contaminação pela Covid-19 e quantidade de leitos na cidade, se existe a possibilidade de abertura de novas vagas.
Se for necessário faremos. Mas Niterói, ao contrário de outras cidades, não fez improviso. Não fizemos hospitais de campanha e estruturamos o Hospital Oceânico. Preparado com as melhores técnicas, melhores equipamentos para atender a demanda. Temos a possibilidade de expandir o número de leitos mas hoje não é necessário. Estamos com quantidade suficiente para nos tranquilizar em relação a quantidade de atendimento, concluiu o prefeito.
Niterói recebeu 11.620 doses da vacina que nesse primeiro momento será destinada aos profissionais de saúde, pública e privada, e idosos que vivem nas aproximadamente 40 instituições de longa permanência, como casas de repouso por exemplo. A segunda remessa de doses, com mais 11.620, deve chegar à cidade em até 28 dias. Segundo Grael, para os 54 postos de vacinação entrarem em funcionamento, a chegada de mais vacinas é fundamental.
Como nós estamos pegando os profissionais da linha de frente da saúde, nós vamos levar a vacina aonde essas pessoas estão. Todas serão vacinadas nas unidades de saúde e nas instituições que recebem os idosos. Então não é ainda o momento de atendimento ao público em geral. Nós vamos precisar receber mais quantidade de doses da vacina para poder chegar lá. A gente depende do cronograma do Ministério da Saúde, ponderou.