Assinante
Entrar
Cadastre-se
Único representante brasileiro do tiro esportivo nos Jogos de Tóquio, Felipe Wu disputa na madrugada deste sábado (23), às 3:30 na hora de Brasília, a competição do tiro da pistola de ar de 10 metros em busca da segunda medalha olímpica. Após a conquista da prata no Rio 2016, o atleta teve uma lesão no ombro, caiu de rendimento e, por pouco, não ficou fora da atual edição do evento.
A classificação para Tóquio só veio em março deste ano, após a quarta colocação na Copa do Mundo de Nova Déli, na Índia, a última competição classificatória. Atual 10º do mundo na pistola de ar de 10m, o atleta também teve dificuldades de competir no exterior por causa da pandemia. Mesmo com todos esses problemas, o paulista de 29 anos acredita no seu potencial e na chance de uma nova medalha olímpica.
Estou confiante nos meus treinos e agora é só uma questão de adaptação mesmo ao fuso horário, ao clima e ao local de competição. A classificação foi tardia, mas eu fiz uma boa preparação e o meu grande objetivo é conseguir reproduzir o que tenho feito nos treinos. A primeira parte é ir bem na qualificatória e me classificar para a final. A partir daí, tudo pode acontecer. Se eu conseguir, ficarei bastante feliz porque, geralmente, eu performo muito bem na final, afirmou Wu.
O treinador do atleta, Ricardo Brenk, já o acompanha há bastante tempo e reconhece que a preparação não foi a ideal, em virtude da pandemia do coronavírus.
Foi uma preparação atípica. O ideal, depois de ele ter se classificado, seria termos participado de competições internacionais, mas muitos campeonatos foram cancelados. Somente no mês de julho, o Felipe conseguiu disputar um evento na Croácia e depois foi para a Suíça, onde ficou 12 dias na preparação final antes de embarcar para Tóquio. Infelizmente, a maior parte do tempo ele treinou sozinho e sem participar de competições, explicou o treinador, que, apesar das dificuldades, confia no talento do atleta.
A expectativa, logicamente, é repetir o que ele fez em 2016. A diferença é que, naquela época, o Felipe disputou grandes competições internacionais, ganhou vários campeonatos, foi medalhista do Pan em 2015. Tudo isso foi uma prévia de que ele iria bem nos Jogos do Rio. Sem isso, a expectativa é que, ao menos, o conhecimento do esporte, dos procedimentos do tiro, ainda esteja bem firme dentro dele, para que ele possa repetir aqui em Tóquio o que fez em 2016, completou Brenck.
Caso avance à final, Felipe Wu vai para a disputa da medalha será no dia seguinte, na madrugada de domingo (25).
Foto: Miriam Jeske/COB