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A Praça dos Três poderes, em Brasília, teve um desfile militar nesta terça-feira (10) com veículos blindados e armamentos durante a entrega de um convite ao presidente Jair Bolsonaro para comparecer a uma demonstração operativa que será realizada em 16 de agosto. O ato foi realizado no mesmo dia em que ocorre a votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. Parlamentares criticaram duramente o desfile.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, abriu a sessão desta terça-feira (10) criticando duramente o desfile, dizendo que o ato foi uma "cena patética", que evidenciou o que ele chama de "fraqueza" de Bolsonaro. O senador disse ainda que "não haverá golpe contra a democracia". Além disso, destacou que o papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la.
É um absurdo inaceitável. Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado, disse Aziz. Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, seus adversários, atacar a oposição legitimamente constituída. Não há nenhuma previsão constitucional para isso, completou.
Segundo o Comando da Marinha, o objetivo do desfile foi convidar o presidente Bolsonaro para participar do treinamento em Formosa, que é realizado desde 1988. Porém, o convite costumava acontecer em gabinete, de forma protocolar. É a primeira vez que esse desfile ocorre na área central de Brasília. De acordo com a Marinha, a operação tem o objetivo de assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa. Este ano, de forma inédita, haverá também a participação de meios do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, de modo a incrementar a interoperabilidade das Forças Armadas do País.
Ele disse ainda que, geralmente, quando se fala em tanques na rua, as pessoas pensam em repressão a manifestações. Segundo o almirante, a situação desta terça "não é nada disso".
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil