Assinante
Entrar
Cadastre-se
O processo para a perda do mandado da deputada Flordelis já começa a se desenhar na câmara. O deputado Léo Motta (PSL-MG) entregou à Mesa Diretora uma representação contra a parlamentar por quebra de decoro. Futuramente o pedido deve ser encaminhado ao Conselho de Ética da Casa. O Partido Social Democrata (PSD), o qual Flordelis era filiada, emitiu na última segunda-feira (24) uma nota sobre a sua suspensão e futura expulsão da legenda conforme o andamento do processo judicial relativo ao homicídio do falecido marido da deputada. O pronunciamento foi assinado pelo presidente do partido, Gilberto Kassab.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apontou Flordelis como a mandante da morte do próprio marido. O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros na garagem de casa, em Pendotiba, na madrugada de 16 de junho de 2019. Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNISG) também se pronunciou nesta semana sobre o encaminhamento à Câmara dos Deputados de uma cópia do inquérito com o resultado da investigação, para que sejam adotadas as medidas administrativas cabíveis. O procedimento também poderá levar ao afastamento da parlamentar para que ela responda pelo crime na prisão. Se a decisão do Conselho de Ética for pela cassação do mandato da deputada, será preciso também que o plenário aprove a decisão.
De acordo com o Lém Motta, diante da avalanche de provas contra a Deputada Flordelis, fica evidente que a parlamentar não tem condições de permanecer no cargo para o qual foi eleita, tampouco exercer os papéis inerentes à vida política.
No inquérito o mesmo declarou que Flordelis sempre procurou passar uma imagem de mulher cristã, comprometida com a vocação de adotar filhos e preocupada com a família, enquanto ao mesmo tempo, tinha uma postura que, a serem comprovadas as denúncias do inquérito policial, denota um coração perverso e inclinado ao crime, o que, por si só, se constitui em quebra do decoro parlamentar.
Na outra ponta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM- RJ), se mostra mais cauteloso.
Se o Judiciário pedir o afastamento, vamos decidir. Em relação ao processo, tenho que analisar para que a Câmara avalie que providências tomar, afirmou Maia.
Flordelis ainda não foi presa por conta da sua imunidade parlamentar. Ela teve de entregar o seu passaporte à Justiça, além de estar proibida de morar fora de Niterói ou Brasília e de ter contato com testemunhas.
Procurado, o advogado da deputada, Anderson Rollemberg, não retornou ao contato.