Delação premiada de Edmar Santos é homologada pelo STJ
O acordo de delação
premiada do ex-secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos, assinado
com a Procuradoria-Geral da República (PGR), foi homologada pelo
ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves.
Ele se comprometeu a devolver cerca de R$ 8,5 milhões aos cofres
públicos.
Edmar confessou um esquema de corrupção na Saúde
envolvendo compras emergenciais de respiradores para o combate à
pandemia de Covid-19. Na sua delação, o ex-secretário citou o
envolvimento do governador Wulson Witzel (PSC) nas irregularidades.
Edmar foi afastado por Witzel em maio, após as suspeitas de
irregularidades na aquisição dos respiradores.
O governador
então criou a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento das Ações
Governamentais Integradas da Covid-19, com status de secretário.
Investigadores interpretaram como um movimento para blindar Edmar de
investigações na primeira instância. Agora, a PGR pode utilizar a
delação de Edmar para embasar inquéritos e medidas
cautelares.
Edmar Santos foi preso preventivamente no dia 10
de julho por agentes do Ministério Público do Rio, em mais uma fase
da Operação Mercadores do Caos. Por já estar em negociações
avançadas para o acordo de delação premiada com a PGR, a
subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, solicitou ao
ministro Benedito Gonçalves que a investigação do MP do Rio fosse
enviada ao STJ e que Edmar fosse saísse da prisão.
Lindôra chegou a citar
que o governador seria o líder da organização criminosa que
desviou recursos da saúde do Rio.
“Como se vê, é
exatamente o mesmo grupo criminoso que está sob investigação. A
diferença é que, limitado pelo foro constitucionalmente deferido
aos governadores, o Ministério Público do Rio de Janeiro não
quebrou os sigilos, não realizou busca e apreensão e não teve
acesso a elementos de prova que claramente colocam Wilson José
Witzel no vértice da pirâmide, atraindo, sem nenhuma dúvida, a
competência do STJ”, escreveu a subprocuradora na semana
passada.