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A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) investiga o caso que chocou moradores do bairro de Icaraí, na Zona Sul de Niterói, na madrugada da sexta-feira (26). Um homem jogou a companheira de um prédio na Rua Álvares de Azevedo e a especializada registrou o caso como feminicídio seguido de suicídio.
Rosângela O. Pinto, de 54 anos, e Elias da Silva, de 51 anos, teriam discutido e testemunhas que viram o ocorrido afirmam que ele teria jogado a companheira da varanda e em seguido se atirado também do 12° andar do edifício Laura Ferreira Pinto, número 67. A DHNSGI investiga o caso como feminicídio seguido de suicídio. Militares do Corpo de Bombeiros foram acionados às 0h13min mas as pessoas morreram na hora com o impacto da queda. Com a força da queda a perna da mulher foi dilacerada e caiu dentro da piscina no prédio e do homem caiu em cima do telhado de um estabelecimento comercial, que fica na esquina das ruas Moreira César e Álvares de Azevedo.
Uma testemunha ouvida pela reportagem, moradora da rua Moreira César, disse ter visto tudo o que aconteceu. Ela informou que estava em casa quando começou a ouvir gritos de uma mulher, ao ir a janela, viu um casal brigando na varanda do apartamento. A briga se estendeu para a sala e a princípio ela pensou que era uma briga comum de casal, mas o homem começou a agredir muito a mulher, subindo em cima dela e a estrangulando. Ainda segundo a testemunha, ele teria levado a vítima para a varanda desmaiada. Neste momento vizinhos começaram a gritar pedindo socorro e o chamando de covarde, mas o homem continuou as agressões, mesmo com a mulher aparentemente desacordada.
Ainda segundo relatos de vizinhos do prédio da frente ele teria jogado uma cadeira para quebrar o vidro da varanda e em seguida jogado a mulher que já estava desacordada. Depois ele se jogou com a intenção de se matar. Ele não debruçou ele se jogou para se matar. Não tenho como esquecer. Provavelmente essa moça já deveria estar sendo agredida. Qual o ser humano que do nada joga uma mulher sem motivo algum? Ela pedindo socorro e pedindo para ele parar de bater e mesmo assim ele continuou?, indagou uma vizinha que viu toda a cena.
Segundo informações policiais o casal estava sozinho e cada um tinha um filho de outras relações. De acordo com a DHNSGI foi realizada perícia no local e outras diligências estão em andamento para esclarecer o caso. A unidade aguarda ainda o laudo do exame de necropsia com as causas das mortes. Até o momento a principal linha de investigação é de feminicídio seguido de suicídio, mas nenhuma hipótese é descartada ainda.
IML
Familiares de Rosângela ainda estão no Instituto Médico Legal (IML) de Niterói para providenciar documentos para o enterro. Um dos parentes, que não quis se identificar, falou que a família está muito abalada e sem condições de falar sobre a tragédia. Também não foi divulgado horário e local do sepultamento. Peritos do IML também preferiram não comentar o caso.
FEMINICÍDIO AUMENTA NA PANDEMIA
No início do mês foi divulgado um relatório pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) que apontou o aumento de 22,2% nos casos de feminicídio entre março e abril em 12 estados; mas no Rio de Janeiro não teve aumento e sim queda de 55,6%. De acordo com a divulgação feminicídio é o assassinato de uma mulher, cometido devido ao desprezo que o autor do crime sente quanto à identidade de gênero da vítima. Os fatores que explicam essa situação são a convivência mais próxima dos agressores, que, no novo contexto, podem mais facilmente impedi-las de se dirigir a uma delegacia ou a outros locais que prestam socorro a vítimas, como centros de referência especializados, ou, inclusive, de acessar canais alternativos de denúncia, como telefone ou aplicativos.