Depois de quatro dias de busca, o corpo do pescador Jhon Ribeiro, de 29 anos, foi encontrado na tarde de ontem (6), na Baía de Guanabara, na altura do Barreto, em Niterói. A informação foi confirmada por familiares. De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma equipe do Grupamento Marítimo (GMAR) encontrou um corpo por volta das 14h36, quando realizava a busca pela região.

Segundo a família, o sepultamento vai ser realizado na tarde de hoje no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo.

“A gente alugou um barquinho na entrada do Barreto, numa colônia de pescadores próximo do [estaleiro] Renave. Nos deslocamos para pescar próximo das boias até que a gente parou e, de repente, apareceu uma embarcação muito grande vindo muito rápido. O John pegou os sinais, começou a sinalizar, mas a embarcação não reagiu e seguiu avançando na nossa direção. Naquele momento de desespero a gente remou no sentido oposto, mas ela fez uma conversão na nossa direção”, relatou Lívio, amigo de Jhon que estava no barco com ele no dia do acidente.

De acordo com Lívio, o navio era o “Rio Trovão”, da empresa Camorim. A embarcação estava rebocando uma balsa, de acordo com a testemunha. O pescador afirmou que, durante os momentos de tensão, orientou que seu amigo pulasse. Ele alega que, após conseguir se salvar, ainda tentou procurar o amigo pelas águas, sem sucesso.

“O John me deu um tapa no ombro e perguntou o que fazia. Segurei na mão dele e falei para pular. Eu pulei, mas não o vi pulando. Dei duas braçadas, olhei para trás. A embarcação estava flutuando e o navio se aproximando. Não o vi mais desde então. Eu fechei os olhos nas últimas braçadas esperando o atropelamento. Depois que o navio passou eu nadei em círculos para procurar o John”, prosseguiu.

A assessoria de imprensa da Camorim Serviços Marítimos enviou uma nota com profundo pesar, lamentando que John Sena Ribeiro tenha sido encontrado sem vida após o terceiro dia de buscas próximo à Ilha da Conceição, na Baía de Guanabara. O rapaz, de 29 anos, estava desaparecido desde a noite de 3 de janeiro, quando, por volta de 21h30, houve uma colisão entre uma pequena embarcação a remo (tipo caíque, de três metros de comprimento) e uma balsa que era deslocada por um de nossos rebocadores. Imediatamente após o choque, a Capitania dos Portos foi informada sobre o ocorrido, enquanto outros rebocadores e lanchas da própria Camorim eram deslocados para o resgate das pessoas desaparecidas. Minutos depois, um dos homens que estavam no caíque foi resgatado do mar por uma segunda embarcação a remo e, posteriormente, transferido para uma das lanchas da empresa. No total, a Camorim disponibilizou à Capitania seis lanchas para os trabalhos de busca. 

Desde o dia seguinte ao acidente, a Camorim, que opera há mais de 25 anos na Baía de Guanabara, manteve contato com a família do rapaz que estava desaparecido, informando sobre o andamento das operações de resgate, sob a coordenação da Capitania e do Corpo de Bombeiros. A empresa seguirá apoiando as famílias das pessoas envolvidas no acidente, bem como prestará todas as informações às autoridades que investigam a colisão.