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A eleição para governador do Rio de Janeiro terá um nome que se considera independente, mas afirma ser o "opositor mais ferrenho" de Cláudio Castro (PL). O coronel reformado da Polícia Militar, Emir Larangeira (PMB), já foi deputado estadual nos anos 1990, teve seu nome envolvido em polêmica e, em 2022, quer retomar a carreira na política.
Larangeira, que é pré-candidato ao Palácio Guanabara, naturalmente tem identificação com a Polícia Militar. No quesito segurança pública, ele foi veemente ao criticar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ele defende que o patrulhamento deve ser móvel, empregado de maneira ostensiva.
A UPP tem que acabar. A lógica da PM é simples. A PM é uma polícia ostensiva que precisa ocupar os espaços do ambiente com visibilidade para que o bandido veja e desista de praticar o ato criminoso. Quando ele tenta procurar uma maneira de assaltar, pode ser descoberto pela Polícia Civil, que é o que a gente chama de inibição da vontade, disse.
Ainda sobre o tema segurança, ele destacou que a subnotificação de crimes pode ser causada pelo poder paralelo. Para Larangeira, moradores de regiões controladas pelo crime organizado se sentem inseguros em comunicar ocorrências às autoridades. Além disso, ele criticou a nova aquisição de veículos blindados, os "caveirões", feita recentemente pela Polícia Militar.
Hoje você para no sinal e fica com medo. A PM, para funcionar como polícia preventiva, tem que ter muita mobilidade. Ela não pode estagnar. Fazer isso é caro, gasta-se gasolina. As viaturas deveriam ser blindadas, não ficar comprando 30 'caveirões'. Esses veículos ainda estão sendo testados e usados com diversas falhas. Para que essa compra se o policial não pode sair do 'caveirão'? Não tem lógica, pontuou.
Campo político
Perguntado sobre a sua linha política, o coronel enfatizou que ser policial militar está à frente de qualquer ideologia. Larangeira foi deputado estadual entre os anos de 1991 e 1994, época em que foi acusado de compor um suposto grupo de extermínio responsável pela chacina de Vigário Geral. O pré-candidato afirma que foi alvo de assassinato de reputação e que conseguiu provar sua inocência.
Me acusaram de grupo de extermínio, fizeram de mim gato e sapato. Mas aguentei o tranco. Eu era mais treinado do que eles pensavam. Enfrentei o sistema e, no final, venci. Quem acusava era sempre um bandido do Comando Vermelho e eu sabia como eles trabalhavam. De 33 policiais presos, 23 eram inocentes e dez supostamente culpados. Na minha biografia, que lançarei em breve, irei anexar todas as sentenças, completou.
Bolsonaro
O coronel reformado acusou o governador Cláudio Castro de estar provocando "divisionismo" entre a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Já em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ele elogia, principalmente no que diz respeito ao ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, Larangeira rejeita o rótulo de bolsonarista.
Eu sou oposição ferrenha ao Cláudio Castro, porque ele vem maltratando a gente, produzindo um divisionismo perigoso entre o Corpo de Bombeiros e a PM. O primeiro ato dele foi dar 150% de aumento aos soldados do Corpo de Bombeiros e não deu aos PMs. Ele vem sendo bom para o Bombeiro e mau com a PM. Jair Bolsonaro peca mais pela palavra que pela ação. Considero a equipe de governo dele boa e gosto do estilo liberal do Paulo Guedes, afirmou.
Emir Larangeira quer se candidatar pelo Partido da Mulher Brasileira, que pretende mudar, antes da eleição, o nome para Brasil 35. Por ser uma legenda de menor expressão, o coronel afirma que fica numa independência em relação aos candidatos governistas.