Anderson Carvalho -
Com o contrato assinado no último dia 28 entre a Petrobras e a empresa chinesa Shandong Kerui Petroleum e a paulista Método para a construção da Unidade de Processamento de Gás (UPGN), no Comperj, em Itaboraí, as contratações deverão começar nos próximos dias. Segundo informou nesta segunda-feiar (02) a estatal, ainda esta semana vai ser assinada a autorização para o início das obras. A mão de obra será selecionada entre os que estão no banco de dados do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Itaboraí.
"Logo após a gente autorizar o início das obras, a contratação será imediata. Para priorizar a mão de obra local, buscaremos profissionais qualificados no Sine. Agora precisaremos de engenheiros, civis, mecânicos e elétricos, para planejamento do trabalho. Além de pedreiros para fazerem o canteiro de obras. Ao todo estarão trabalhando cinco mil funcionários no auge das obras, em 2019", informou o gerente de Implantação de Projetos da UPGN da Petrobras, Frederico Doher.
O gerente acrescentou nesta etapa de retomada das obras da refinaria estão em andamento outros processos licitatórios para as obras. "As licitações são para escolher, por exemplo, a empresa que fará a casa de controle de energia. Isso vai ocorrer ainda este ano", explicou Doher
Segundo a Petrobras, a UPGN produzirá o gás que será canalizado através do gasoduto terrestre da Rota 3, que começa na Praia de Jaconé, em Maricá, passando por este município e outros vizinhos, como Magé, Guapimirim e Itaboraí. A licitação para a construção deste está em andamento.
Em relação ainda à contratação de mão-de-obra, Doher disse que não será preciso fazer novos cursos de qualificação, porque antes da paralisação das obras, já tinham sido qualificados cerca de 22 mil profissionais. Mais do que o suficiente para atender à demanda inicial.
A Prefeitura de Itaboraí informou que atualmente o Sine local tem um número aproximado de 40 mil profissionais cadastrados. O órgão encontra-se preparado para receber a demanda vinda das empresas contratadas para retomar as obras do Comperj. A Secretaria de Trabalho e Renda vem buscando estas novas empresas contratadas para captação de oportunidades de trabalho para os profissionais da cidade. E que em breve estas vagas estarão disponíveis.
Petrobras é notificada em Maricá
Para minimizar o impacto ambiental causado pelo despejo irregular de esgoto na Lagoa de Araçatiba, a Prefeitura de Maricá vem realizando um trabalho diário de sucção das redes com caminhões do tipo vacol, no mínimo quatro vezes ao dia. O serviço, que tem um custo estimado de R$ 500 mil por ano, se fez necessário após a Petrobras paralisar as obras de construção do sistema de esgotamento sanitário que era parte da compensação ambiental exigida para a construção do emissário de efluentes do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
O município, que há mais de 30 dias notificou a empresa para a adoção de medidas concretas que visem a interrupção imediata do dano ambiental em curso, não descarta a aplicação de uma multa milionária caso as obras, paralisadas em junho de 2015, não sejam retomadas. A Petrobras construiu toda a malha fina. Os esgotos das casas passaram a se conectar a esta rede, mas como a obra não foi concluída, acabou concentrado na orla da Lagoa de Araçatiba, despejando esgoto em alguns pontos. Isto causou um dano maior que antes, tendo em vista que algumas casas tinham sumidouro, explicou Irinaldo Cabral da Silva, coordenador de Saneamento da Secretaria de Urbanismo de Maricá.
De acordo com Irinaldo, o emissário não foi construído integralmente e com isto a rede está sobrecarregada. As elevatórias são estações de bombeamento do esgoto para uma futura estação, que também não está pronta. Só foi feita a parte civil, as bombas ainda não foram instaladas e a prefeitura está precisando adotar paliativos com recursos próprios, acrescentou.