Camilla Galeano

O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (CONLESTE), foi criado em 2007 com o objetivo de traçar estratégias de atuação conjuntas entre os 16 municípios impactados pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Com a intenção de promover o turismo dessas regiões, foi criado o projeto Conlestor. O diretor geral do Conleste, João Leal, explica que o consórcio tem produtos da serra ao mar.

“Temos o rafting de Casimiro, as cachoeiras de Magé, a gastronomia da Serra, o turismo religioso de Itaboraí e São Gonçalo. Esses produtos foram apresentados ao Ministério do Turismo para colocar o holofote nessa região. E considerando esse período de pandemia, onde se fala muito em turismo circular, que é aquele próximo, dentro da região que a pessoa mora, a gente tem essas opções”.

No quesito parceria, João corre atrás de todo tipo de produto que pode beneficiar os municípios. “Existe a ODS 17 que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável criados pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de produzir em conjunto soluções ambientais, políticos e econômicos. É assim que conseguimos nossas parcerias. Na pandemia, por exemplo, algumas empresas doaram equipamentos de proteção para serem distribuídos aos municípios que mais necessitavam. Também recebemos cestas básicas de outra empresa e enviamos aos municípios”.

Mas João Leal garante que a relação do consórcio com o Estado e Governo Federal é a melhor possível. “Nós criamos a figura do Fórum Técnico. Por exemplo o secretário municipal abre um projeto para o seu município, o secretário de estado faz um projeto de estado. Em uma roda de debate a gente começa a fazer a leitura das demandas para estruturar. O Consórcio é para isso, potencializar virtudes e também mitigar as fragilidades. Assim construímos a relação com o estado. E com o plano federal, embasado em projetos e de forma suprapartidária, a gente se comunica muito bem no Planalto”.

O Conleste trabalha através de parcerias e com muita entrega para que os municípios tenham o melhor. Geração de emprego é uma das preocupações. Pensando nisso, Maricá e Niterói se uniram a Itaboraí e vão criar a República Consorciada. O projeto foi criado para facilitar a inserção de jovens assistidos pelas Varas da Infância, da Juventude e do Idoso do Tribunal de Justiça do Rio no mercado de trabalho. A proposta, é que esses jovens em delito com o Estado ou que viveram em abrigo até completar 18 anos sejam absorvidos pelas iniciativas privadas e Prefeituras, para receber uma capacitação em seu primeiro emprego nesses locais.

“O projeto foi apresentado pelo prefeito Rodrigo Neves no TJ, inclusive fomos premiados agora em dezembro pela desembargadora Renata Cotta. Recebemos o selo sem o projeto nem ter saído do papel. Mas ela disse que acredita no Conleste. A proposta é: Itaboraí nos doou o terreno, Maricá e Niterói vão doar R$ 750 mil cada e esse local será construído. A Pandemia atrapalhou um pouco, mas vamos nos reunir com o Axel (Grael, prefeito eleito de Niterói) e o Fabiano (Horta, reeleito em Maricá) para dar continuidade a isso já no próximo ano. Em 10 meses no máximo a obra fica pronta”, garante.

Ainda visando a geração de emprego, o antigo Complexo Petroquímico, em Itaboraí, passou por transformações e agora se chama Polo GasLub Itaboraí.

“O projeto está evoluindo porque a população entende que isso vai ser uma oportunidade de emprego. As empresas estão muito receptivas”, disse. Depois de um ano conturbado em todos os sentidos, não só para os 16 municípios do consórcio, João tem esperança que 2021 será de muitas realizações. “Infelizmente a gente vive um período politico difícil, mas esse é o momento da região se afirmar, temos 11 novos prefeitos no consórcio, é o momento de nos unirmos e potencializar nosso trabalho. O Conleste tem projetos.

O senador Carlos Portinho (PSD) está empenhando R$ 2 milhões para comprar máquinas agrícolas. Conseguimos emendas que garantam recursos federais para o programa Fortalece Bio. Dentro desse projeto, criamos o Agromóvel para fortalecer esse serviço no campo. Queremos matar a fome e potencializar a agricultura familiar”.

Em fevereiro acontecem as eleições para presidência e vice-presidência do Conleste. A votação é feita entre os prefeitos do Conleste para escolher o novo presidente. “Os prefeitos que fazem parte do conselho e não foram reeleitos nos seus municípios, eles são substituídos automaticamente. Dos 16 municípios do Conleste, 11 prefeitos são novos”, concluiu.