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O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói (CDLNiterói), Luiz Vieira, demonstra preocupação com a possibilidade de uma greve de ônibus ser deflagrada em Niterói e região, em pleno mês de dezembro, período de grande movimento no comércio lojista. O presidente destaca que o período é o mais significativo para o setor, responsável por 40% do faturamento das empresas. Ontem, o Sindicato dos Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá (Sintronac) confirmou que aguarda, para os próximos dias uma nova proposta de reajuste salarial da categoria a ser apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj).
Esse impasse nas negociações entre rodoviários e empresas de ônibus é muito preocupante, tanto para o comércio, quanto para o setor de serviços da cidade. Indiscutivelmente, uma greve dos rodoviários, durante o período das festas de final de ano, implicaria num resultado muito ruim para o comércio. Nós estamos torcendo para que ambos sindicatos cheguem num acordo. Estamos cientes das dificuldades que as empresas estão passando por causa da drástica redução da quantidade de passageiros devido ao home office, mas também sabemos que o custo inflacionário implica na necessidade de reajuste dos trabalhadores. Entendemos que é preciso se buscar um meio termo porque certamente seria muito prejudicial, tanto para o comércio, quanto para os serviços, uma paralisação, nesse momento, em que as empresas tentarão resgatar parte daquilo que perderam durante a pandemia, afirma o presidente da CDL.
De acordo com o Sintronac, os rodoviários ainda acreditam num acordo com o sindicato patronal, mas confirmam que seguirão o calendário grevista que prevê realização de assembleias para votação do indicativo de greve, ainda durante o mês de novembro.
Ainda de acordo com informações do Sintronac, o mais provável é que o Setrerj apresente uma nova contraproposta, com um percentual mais elevado do que o índice apresentado anterormente, até o início da próxima semana. No entanto, ainda segundo o Sintronac, o ambiente nas garagens das empresas é de rejeitar qualquer proposta inferior ao reajuste salarial imediato de 10%, aumento do valor da cesta básica para R$ 400 (atualmente esse valor é R$ 280), e o pagamento de uma comissão de 2% para os motoristas que acumulem a função de cobrador.
Segundo dirigentes do Sintronac, ainda não há uma data prevista para realização das assembleias que poderão votar o indicativo que definirá o início da paralisação. O mais provável, ainda de acordo com representantes do Sintronac, é que essa data será definida após o sindicato patronal apresentar uma nova contraproposta, o que deve acontecer até a próxima semana. No entanto, o Sintronac lembra que as decisões das assembleias são soberanas e que tudo pode acontecer, inclusive a rejeição ao indicativo de greve por parte dos próprios rodoviários, que podem optar por conceder maior prazo para as negociações. De acordo com o calendário grevista, uma paralisação dos rodoviários em Niterói e região só poderá ser deflagrada a partir de 1º de dezembro, quando vence o prazo de 30 dias após a data-base da categoria, ocorrida no último dia 1º de novembro.