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Karoline Martins
O 4° Comando de Policiamento de Área (CPA) celebrou o seu 41° aniversário com uma solenidade realizada no Salão Nobre da tradicional Caserna General Castrioto, no Centro de Niterói, no último dia 29. A cerimônia, dentro dos protocolos de prevenção contra a Covid-19, homenageou policiais militares feridos em combate pertencentes aos quatro batalhões que integram a unidade: 7º Batalhão (São Gonçalo), o 12º Batalhão (Niterói, Maricá), 25º Batalhão (Cabo Frio) e o 35º Batalhão (Itaboraí). Aqueles que se destacaram no exercício de suas funções também foram lembrados. A unidade militar está sob o comando há pouco mais de um mês do coronel Marco Aurélio Vollmer.
Nós preferimos celebrar não só baseado no aniversário, mas enaltecendo os policiais feridos em combate. Focamos nessa linha prestigiando a essas pessoas que de alguma forma contribuíram, se sacrificaram em prol da sociedade, que às vezes não merece, mas todos nós entramos voluntários e o nosso juramento no final é com o sacrifício até mesmo da própria vida. Sabemos que pode acontecer, ficamos tristes com as situações, tivemos um dos policiais homenageados tetraplégico, outro sem olho, um outro sem um dos braços. Emociona, é uma guerra. Temos que valorizar. Foi uma homenagem simples, mas enaltecendo os policiais. Foi a melhor forma de celebrar o aniversário, declarou o coronel.
Em Niterói, o oficial comemora os bons resultados e afirma estar atento também a índices tidos como secundários dentro do sistema de metas estipulado pela Secretaria de Polícia Militar.
O número de roubos em Niterói diminuiu bastante. Tanto que estamos atingindo as metas estabelecidas pela Secretaria (de Polícia Militar) e conseguindo bater todas as metas. A nossa prioridade é roubo de carga, roubo de veículo, homicídio. É muito focado nisso, mas nós não menosprezamos as questões mais brandas como a questão dos furtos. Nós também olhamos por isso, disse o comandante.
Sobre o número expressivo de moradores de rua em Niterói, tema de constantes reclamações, o comandante declara estar solidário a causa se colocando à disposição da prefeitura de Niterói para o auxílio em ações de cunho social.
É uma questão social, mas nós temos uma grande parceria com a Prefeitura. Eu já estive com o prefeito e o relacionamento é muito bom. No momento que formos solicitados disponibilizaremos um efetivo para ajudar. A polícia pode ajudar. Não é uma missão nossa, mas se a Secretaria destinada para este fim for fazer alguma ação e precisar da nossa ajuda nós vamos dar sem dúvidas informou o coronel Marco Aurélio.
Sobre a incidência constante de baleados dando entrada nas unidades de saúde da cidade vizinha, São Gonçalo, o comandante declarou estar a par da situação e que o motivo deste tipo de ocorrência no município é fruto principalmente de ataques de criminosos.
Eles agora estão decididos a enfrentar. A polícia não pode esperar o meliante ficar atirando em sua direção e ficar parada. Não tem como. É uma questão de legítima defesa. Quem está atirando nos policiais, boa gente não é. Na maior parte dos casos se trata do enfrentamento, mas eles (criminosos) têm muito problema também com o tráfico assim: a pessoa está devendo boca (de fumo), para intimidar eles dão um tiro de alerta. A pessoa não morre, mas recebe, por exemplo, um tiro na mão. Chega então nos hospitais alguém baleado dizendo que a a arma disparou sem querer, coisas do tipo, o que são mentiras. Os criminosos alertam que da próxima vez será pior, acontece muito. Mas a maioria é enfrentamento, principalmente em São Gonçalo. Na área de Niterói também tem, porém um pouco menos, declarou o comandante do 4º CPA.
Em Niterói, o 12º Batalhão em conjunto com agentes de unidades subordinadas ao Comando de Operações Especiais (COE), ocupa desde o dia 19 de agosto deste ano o Complexo do Viradouro, para manter a recuperação de território dominado por anos pelo tráfico de drogas e dar à população o acesso a serviços públicos e obras de infraestrutura. No dia 28 de agosto foi a vez do 7º Batalhão ocupar o Complexo da Alma, em São Gonçalo, para frear uma disputa de facções rivais pela área que tirava a paz de moradores. A ocupação, porém, não foi acompanhada de parcerias com a Prefeitura Municipal para projetos de infraestrutura e mudanças sociais profundas.
Agora possivelmente irá ter uma mudança da gestão municipal com as eleições. Então eu não posso afirmar sobre uma parceria futura entre a Polícia Militar e a Prefeitura para a implementação de projetos de estruturação. Ainda não vi na parte de São Gonçalo projetos nesse sentido. Eu vi em Niterói a parte de fazer esse lado social. Lá (São Gonçalo) o foco é muito mais a guerra mesmo, o confronto se sobrepõe, afirmou Vollmer.
ELEIÇÕES
O próximo desafio do 4ª Comando de Policiamento de Área serão as eleições e a segurança dos eleitores para ser possível exercer a sua cidadania.
Nós temos áreas aqui bem delicadas para se trabalhar, principalmente em São Gonçalo. Niterói também tem, mas está indo bem com o Programa Niterói Presente. Melhorou muito o esquema de policiamento, está funcionando muito bem e nos deu uma aliviada. São Gonçalo é a área mais crítica. A prioridade zero são as eleições porque têm uma missão constitucional que deve ser cumprida. Nós estamos com muita demanda. Tem locais que são áreas deflagradas e temos que entrar com veículo blindado para poder garantir a segurança dos eleitores durante o pleito. Tem toda essa estratégia para ser estabelecida mesmo sendo uma eleição mais moderna com urna eletrônica e tudo, mas o entrar e o sair são muito preocupantes para a gente. Estamos tendo muito trabalho preparatório para administrar a questões das eleições, informou o coronel Marco Aurélio.