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Clube Tamoio pode ser destombado
Clube Tamoio pode ser destombado
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 22 de fevereiro de 2022FacebookTwitterInstagram

O ato de imissão de posse, consumado em outubro do ano passado, pelos novos proprietários do Clube Tamoio, não foi o ponto final da história da instituição, cujas instalações são tombadas pelo patrimônio histórico e cultural, por força da Lei Municipal nº 704/2017, e, por consequência, dependentes de permanente preservação de suas características originais. Um projeto de lei, de autoria do vereador Cacau (Cidadania), está em tramitação na Câmara Municipal de São Gonçalo com o objetivo de ‘destombar’ o Clube, cancelando-o.

Além de todo processo traumático resultante do despejo compulsório de seus dirigentes, associados, arrendatários de espaços comerciais, e da sociedade gonçalense em geral, para dar efeito às decisões judiciais vigentes quanto à perda dos direitos de propriedade e domínio de todo complexo pela instituição, o que muitos pensaram ter sido um tiro de misericórdia seria apenas o início de um processo tortuoso, lento e que pode vir a tornar cristalino tudo que ainda restaria de obscuro na arrematação do clube, arrematado por R$ 2 milhões, apesar de haverem avaliações de todo complexo em cerca de R$ 600 milhões.

O tombamento de um imóvel, por razões culturais e históricas, se dá em razão de sua significância. Tal ato visa preservar referenciais, justamente com o objetivo de impedir que eles venham a ser destruídos ou descaracterizados. No entanto, o que o vereador Cacau propõe terá como efeito o contrário disso. Tudo o que a Lei atualmente protege pode vir a ser arruinado ou extinto, caso a propositura ganhe musculatura e força suficientes para desfazer o que está feito, e abrir espaço para o aproveitamento comercial do espaço, com a construção de um supermercado, mediante a promessa de centenas de empregos.

O presidente da Câmara de São Gonçalo, vereador Lecinho, disse, em nota, que sempre se colocou à disposição para ajudar ao clube e que vai continuar com a sua vontade de auxiliar o Tamoio no que for preciso.

“O projeto de lei está seguindo o seu procedimento normal dentro das comissões da Câmara Municipal de São Gonçalo. O presidente da Casa só tem um voto, que é o dele. Eu posso garantir que o meu voto vai continuar com o clube. Eu tenho a minha posição formada sobre esse processo e todos sabem. O projeto de Lei nº 702/2017, sancionado pelo então prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci, é de minha autoria, que tornou a sede da instituição e tornando patrimônio cultural da nossa cidade. Eu vou continuar ao lado do clube!”, comentou o presidente do Poder Legislativo gonçalense, Lecinho Breda (MDB).

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