Augusto Aguiar -
Moradores e comerciantes estabelecidos entre as ruas Marechal Deodoro e Saldanha Marinho, no Centro de Niterói, afirmam, sem medo de errar, que entre o fim do ano passado e o início desse mês, num intervalo de cinco meses, pelo menos 95% dos imóveis foram alvo de criminosos, sendo arrombados e furtados. De acordo com comerciantes e moradores, esse quarteirão serve apenas como passagem para viaturas policiais, que se deslocam apressadas de volta para o 12º Batalhão.
Por aqui, às sete e meia da manhã já tem ocorrência, afirmou um comerciante, de 56 anos, proprietário de um bar, que na madrugada do último fim de semana foi arrombado e furtado por criminosos. Eu fui um dos últimos a ser vítima desses criminosos. No quarteirão entre a Marechal Deodoro e a Saldanha Marinho, difícil é você encontrar quem não tenha sido vítima de roubo ou furto. É pela manhã, à tarde e à noite. Não tenho como deixar o meu comércio aberto depois de determinada hora, pois corremos o risco de ser roubados. No Carnaval invadiram e arrombaram a casa de uma senhora aqui mesmo na rua e o criminoso saiu do local carregando uma televisão. Outro comerciante (não posso citar o nome) teve o celular roubado com sua agenda de trabalho e por isso teve que pagar resgate aos bandidos para ter o aparelho de volta. Não adianta assistirmos as viaturas passando apressadas para o batalhão se eles não param para fazer uma abordagem aos suspeitos, relatou comerciante.
Ele acrescentou que recentemente um centro espírita e um prédio dos arredores foram invadidos, com os bandidos furtando vários objetos e inclusive a Polícia Civil sendo acionada para o trabalho de perícia.
Pedestres também relatam o medo de transitar por essas ruas, principalmente à noite. Saiu do trabalho às dez da noite e vou andando com muito medo até o terminal (João Goulart). Fico olhando para todos os lados e me sinto intimidada o tempo todo, conta a secretária Vivian Macedo, de 35 anos.
A Polícia Militar foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição.