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Augusto Aguiar
Os quatro cemitérios públicos administrados pela Prefeitura de São Gonçalo São Miguel, São Gonçalo, Pacheco e Ipiíba vão receber em breve obras de ampliação para aumentarem o número da capacidade de sepulturas. Embora servidores prefiram não comentar sobre o assunto, problemas de falta de vagas têm surgido, levando constrangimento e transtornos para famílias, como no caso do jovem Marcos Vinícius Coutinho, que faleceu há uma semana em decorrência de um acidente. Na terça-feira passada (5) o corpo chegou a ser velado numa capela do Cemitério São Miguel, mas o sepultamento foi adiado para a manhã do último domingo (10), cinco dias depois.
Está chegando material de para obra de ampliação do número de sepulturas para os quatro cemitérios. No caso do Cemitério de São Gonçalo, a ampliação seria de cinco sepulturas no máximo. Os demais passarão por obras, confidenciou um funcionário de funerária, que preferiu o anonimato.
No caso de Marcos Vinícius, um outro servidor explicou:
Estamos na luta há muito tempo. No caso do rapaz só teríamos condições de sepultamento no dia programado (5) se houvesse algum caso de desistência, afirmou, acrescentando que a cidade possui ao menos 15 funerárias em funcionamento.
Sem falar as de fora do município, complementou.
Com relação aos casos de sepultamos em casos de óbitos em decorrência da Covid-19, o servidor disse que já há um decreto que possibilita abrir em folha de emergência. O número de sepultamentos nesses casos não foi fornecido.
Quando ocorre a indisponibilidade para sepultamento no dia indicado a explicação foi que a capela realiza um procedimento de laboratório para conservação, ou o corpo é colocado numa câmara de refrigeração. Na manhã de sexta-feira passada (dia 8) haviam agendados quatro sepultamentos na administração.
Na tarde de segunda-feira (11) a Prefeitura de São Gonçalo emitiu a seguinte nota sobre o assunto:
São realizados cerca de 15 sepultamentos nos cemitérios municipais por dia, incluindo três sepultamentos exclusivos para vítimas de Covid, no Parque da Paz, em um convênio firmado com a Prefeitura.
De acordo com o município, os casos de óbitos por Covid aumentaram a demanda de sepultamentos.
Nos últimos quatro meses de 2020 houve um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. Os sepultamentos são agendados diariamente na Prefeitura. Os casos de espera, quando registrados, são em decorrência de escolha das famílias para sepultamento em determinada unidade, que pode não ter vaga no dia solicitado, ou por demanda superior às vagas disponíveis, informou a prefeitura, reafirmando que os sepultamentos de vítimas de Covid são realizados com caixão lacrado, sem velório e com o número reduzido de pessoas, para evitar o contágio.
Niterói - A administração municipal de cemitérios de Niterói foi procurada, na manhã de ontem, e a garantia foi de que não haveria problema de falta de vaga para sepultamentos nas unidades da cidade. A Secretaria de Obras informou que a capacidade de sepultamentos por dia seria de 15 enterros, com a possibilidade de ampliação, caso necessário, nos cemitérios do Maruí (Barreto), São Francisco Xavier (São Francisco) e São Lázaro (Itaipu).
A média tem sido inferior a esse número. A Secretaria ressalta que há vagas e que os sepultamentos são exclusivos para os munícipes de Niterói ou quando há vínculo direto com a cidade, como por exemplo, um familiar residente, explicou a pasta através de nota.
A Secretaria Municipal de Obras acrescentou ainda que entre as medidas adotadas na cidade, para ampliação de vagas, está a criação de 160 gavetas no Cemitério de Itaipu; ampliação de 352 gavetas no Cemitério do Maruí; construção de 100 carneiros no Cemitério do Maruí; e contratação de 120 cremações; ampliação de 80 gavetas no cemitério de São Francisco, com contratação prevista para janeiro, além de conclusão do projeto básico para implantação do crematório no Cemitério do Maruí, previsto para este ano.
Itaboraí - Sem mencionar dados numéricos, a Prefeitura de Itaboraí informou, na tarde de segunda-feira (11), que o sistema de regulação de sepultamentos nos cemitérios públicos da cidade Centro, Itambi e Porto das Caixas - está registrando uma tendência de alta no número de enterros. Visando evitar transtornos, a administração municipal acrescentou que nos próximos dias será realizada uma convocação, através do Diário Oficial, para que os familiares de pessoas falecidas há mais de três anos, para que novas gavetas sejam liberadas.
Cemitério foi construído após tragédia
O dia 17 de dezembro do ano passado marcou os 59 anos do maior incêndio da história de Niterói e do Brasil. Em 1961 um incêndio consumiu o Gran Circo Norte-Americano, onde morreram 503 pessoas (na maioria crianças) e mais de 800 ficaram feridas. Ele ficava na atual Praça do Expedicionário, no Centro. Tinha estreado dois dias antes.
As agências funerárias não davam conta do elevado o número de caixões que eram necessários para enterrar as vítimas. Na época, o Estádio Caio Martins, em Niterói, foi transformado numa oficina provisória para a construção rápida de urnas. O Cemitério do Maruí, no Barreto, logo ficou lotado e uma roça foi aberta em São Gonçalo, usada em caráter de urgência, para enterrar os corpos, dando origem ao Cemitério São Miguel. A tragédia gerou um trauma tamanho, que outro circo só estreou em Niterói no ano de 1975.